Garotos ruivos que me deixam ruiva... de vergonha!

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Senti mais uma leve onda batendo em minhas pernas enquanto subia minha mão pelo braço de Leo, pousando em sua nuca e sentindo-o arrepiar. Sorri de lado. Me aproximei mais dele, olhando profundamente em seus olhos, me perdendo neles, e comecei a fechar os meus lentamente, tentando aproveitar ao máximo aquela sensação, aquele momento. Quando fechei meus olhos por completo, sentindo a respiração dele cada vez mais perto, vi os olhos caramelo de Leo gravados em minha mente. Aquele olhar doce e gentil que me fazia derreter. Até que aqueles olhos se transformaram em orbes negros e hipnotizantes, olhos que eu conhecia bem. Quando encarei aqueles olhos escuros e tristes foi como se meu juízo tivesse pousado novamente e eu percebesse que, de alguma forma, o que eu estava para fazer não era o certo. Abri os olhos e, tirando minha mão de sua nuca, me afastei de Leo rapidamente, olhando-o um pouco envergonhada. Ele me encarou surpreso, ainda sem soltar minha cintura, e uma tristeza invadiu seus olhos, fazendo meu coração apertar.

- Ei, a gente estava indo rápido demais. – falei com um pequeno sorriso, segurando seu braço para que ele me olhasse. Eu estava insegura. E se ele não entendesse? Eu não queria que ele se afastasse. – Você não acha?

- Você tem razão. – Ele sorriu com os olhos nos meus. Não vi mais tristeza em seus olhos e suspirei aliviada. Até que ele se levantou rapidamente, limpou a areia da calça e me estendeu a mão. – Amigos?

- Até o fim! – segurei sua mão estendida e me levantei, abraçando-o de repente com os olhos brilhando e um sorriso gigantesco. Como ele era mais alto fiquei na ponta dos pés para colocar minha cabeça em seu ombro. Ele envolveu minha cintura e me apertou forte, me levantando e girando no ar. Rimos alto e paramos um tanto quanto tontos. Sorrimos um pro outro não só com os lábios, mas com os olhos. Eu mal conhecia Leo pessoalmente, porém percebi que poderia confiar nele no momento em que o vi. Eu queria a amizade dele. Eu precisava da amizade dele. E, por enquanto, aquilo me bastava. E espero que bastasse para ele também.

- Acho melhor a gente ir andando. – falou ele segurando minha mão e me puxando pelo caminho. – Já está quase na hora do jantar e você precisa conhecer seu novo chalé antes. Ah, e tomar um banho, é claro!

- Ei, você está dizendo que eu estou fedendo, Valdez? É isso mesmo? – falei com indignação.

- Nããããão, de forma alguma... porquinha! – E saiu correndo antes mesmo de terminar a frase, chutando água para todo lado.

- VOCÊ ME PAGA, LEO VALDEZ! – corri em disparada e acabei alcançando ele, lhe dando um belo tapa.

- Ai! Você é fortinha, heim? Já pensou que pode ser filha de Ares com toda essa sua raiva incontida. – disse ele rindo e alisando o local onde eu bati.

- Ah, fala sério! Esse tapa não vai deixar nem marca nessa montanha de músculos que é o seu braço e ... – parei quando vi Leo me encarando com um sorriso malicioso. Acho que virei um pimentão e mudei o assunto – E quanto a ser filha de Ares, isso nem passa pela minha cabeça! Nuca vou ser que nem aqueles brutamontes.... eu espero... – Eu disse, me arrepiando toda só com a leve imaginação de ser irmão da Clarisse. Zeus me livre. E olhei pro céu – Desculpa Ares!

- Mas de quem você acha que pode ser filha?

- Eu, sinceramente, não sei. Mas seria bem divertido ser filha de Hermes.

- Realmente. Com os filhos de Hermes toda hora é hora de zuera. Mas e se você for filha de um dos Três Grandes? – Leo perguntou enquanto seguia no limite do mar em direção a outra ponta da floresta.

- Bem, até já me imaginei com aqueles poderes de sombras ou tacando raio em quem me tirava do sério ou até mesmo controlando a água e conversando com os peixes. – "O que me rendeu um constrangimento dos grandes uma vez", pensei. - Mas, pensando bem agora, acho que eles não cometeriam o mesmo erro de antes, não quebrariam o acordo novamente.

Realidade ImagináriaWhere stories live. Discover now