Relembrando a própria história

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Callie Torres Pov's:

Nunca imaginei que minha vida com Ariana seria fácil. Olhando para trás, nem sei dizer o que é que eu imaginava. Ou o que eu esperava. Eu era apenas uma jovem de 18 anos que sonhava ser médica ortopedista e, por isso, tentava se concentrar nos estudos passando longe das garotas que podiam me desviar do meu objetivo, estando tão perto de alcançar meus sonhos.

Então Ariana Robbins cruzou meu caminho. Ainda me lembro de seus olhos me seguindo por todos os lados, seu riso sempre mais alto do que o das outras quando eu entrava numa sala, o jeito que ela jogava o cabelo e sorria para mim numa sedução calculada para que não houvesse possibilidade de fuga.

No início, apenas a observei um pouco mais atenta, avaliando suas curvas suaves, rosto bonito, cabelo incrível e olhos fascinantes, afinal, eu era também uma mulher cheia de hormônios que não saía com ninguém desde que tinha terminado o namoro com a Penny.

Deixar a Penny não foi difícil, não éramos tão apaixonadas assim, eu disse a ela que queria me concentrar nos estudos e não queria ficar perdendo tempo com um namoro à distância. Ela concordou dizendo que poderíamos ir para a mesma faculdade e, então, quem sabe? Eu não tinha porque não concordar. Penélope sempre foi interessante e nossas famílias eram amigas.

Eu gostava dela. Tente entender que eu não era uma mulher que sabia alguma coisa sobre amor de verdade ou paixões avassaladoras. Talvez fosse muito sensata e racional para isso.

Então, logo percebi que Ariana seria nada além de problemas. Sim, eu poderia levá-la para dar uma volta no meu carro e passar algumas horas quentes com ela no banco traseiro, porque a palavra fácil estava escrita no decote pronunciado de sua miniblusa em letras piscantes. Mas não queria problemas. Estava fugindo deles.

Assim, tentei ignorar sua presença. Mas ela era insistente. E não desistiu como as outras garotas que cercaram Addie e eu, assim que chegamos à cidade, como se fôssemos atrizes de Hollywood ou algo parecido.

E o que eu posso dizer? Acabei cedendo. Eu a convidei para sair. Foi uma noite apenas. A levei primeiro para jantar, depois pegamos a última sessão do cinema onde rolou uns amassos na última fileira e, para encerrar a noite, uma transa quente no carro dos meus pais.

Como imaginei foi fácil e esquecível. A verdade era que, tirando a parte dos amassos, nós não tínhamos nada a ver uma com a outra. Nossos gostos eram tão distantes quanto o sol e a lua. E, para meu alívio, o interesse de Ariana por mim se desfez tão rápido quanto o meu por ela.

O que nem uma de nós duas esperávamos era que ela ficasse grávida. E ali, sem que nenhuma de nós esperasse, nossas vidas mudaram para sempre.

Obviamente eu nunca tinha pensado em ser mãe naquela altura da minha vida e, claro, fiquei apavorada.

Mas também me sentia responsável. Fui inconsequente quando transei com Ariana, a camisinha furou nós percebemos e não fiz nada a respeito na hora, então, não podia deixar que toda a culpa recaísse sobre ela.

Meus pais deixaram claro que eu podia pedir que fizesse um aborto, eles não queriam que eu me responsabilizasse por uma criança sendo eu tão jovem.

A mãe de Ariana pensava diferente e disse que o certo era que nos casássemos, que eu arcasse com as consequências dos meus atos, pois ela não daria nenhum apoio a filha se ela ficasse solteira.

Ariana chegou a me dizer que queria tirar o bebê. Por um momento pensei em concordar com ela. O que seria de nossas vidas? A gente mal se conhecia.

A UsurpadoraWhere stories live. Discover now