IML e Cemitério

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Continuação do capítulo anterior.

Arizona pov's:

___ Pegue. April diz me passando um absorvente por cima da porta.

E assim que saio da cabine ela me dá a tampa da garrafinha de água dela cheia de um líquido amarelado que acredito ser algum remédio.

___ Beba tudo. Se sentirá melhor. Diz ainda com a mão direita estendida.

___ O que é? Pergunto para ter certeza.

___ Buscopan simples. É ótimo para dor e cólica. Diz com convicção. Então, eu, assento e bebo todo o conteúdo daquela tampinha.

Devolvo a tampa para ela que lava o objeto em seguida e depois o coloca em sua garrafa.

Assim que saímos do banheiro, April diz intercalando seu olhar entre eu, Teddy e Jackson que nos aguardavam do lado de fora:

___ Seja forte. E, qualquer coisa estamos aqui. Confusa a encaro.

___ É só gritar. Teddy diz.

___ Que? Pergunto sem entender nada.

___ Não ligue para elas Ari, venha. Jackson diz me puxando.

Como conheço Jackson a muitos anos e, confio nele, me deixo ser guiada por ele.

Seguimos por um corredor longo e cumprido acompanhado pelos seguranças.

___ Agora é com você minha amiga. Estarei aqui fora te esperando. Jackson diz abrindo a única porta que existe ao fim do corredor.

Mesmo com medo eu entro na sala que logo noto ser muito fria. Mal consigo sentir meus batimentos cardíacos quando me dou conta de que estou no necrotério.

Um legista encontra-se tomando conta do lugar.

___ Bom dia. O comprimento. Ele me retribui com um também bom dia.

Em seguida faz gesto com as mãos para que eu me aproxime.

___ Não tenha medo. Estou aqui com você. Ele diz e eu me aproximo do primeiro corpo. Na sala estão dois corpos completamente cobertos por um lençol branco de espessura grossa cada.

O primeiro que vejo é o do Christoffer. Seu corpo está bastante machucado e sua cabeça está sem cérebro, mas seu rosto está intacto.

Logo as palavras de April me vem a mente: "ele foi encontrado por cima da sua irmã, como um escudo".

Um escudo humano que não foi capaz de protegê-la, mas sua atitude foi honrosa. Constato.

___ Que Deus o tenha num bom lugar. Penso e sinalizo para o homem que já podemos prosseguir.

Nesse momento nos aproximamos do segundo corpo. Minhas pernas tremem.

___ Pronta? O homem pergunta. Eu assento em positivo.

Segundos depois, ele retira o lençol que cobria o corpo costurado de Ariana.

Logo me vem a mente mais uma vez as palavras da minha amiga April: "ela não resistiu aos ferimentos e morreu na sala de cirurgia".

Lágrimas escorrem em abundância por minhas bochechas. Não consigo controlar.

É como ver a mim mesma. Ela está pálida. Com suturas em seu rosto, braços e barriga. Tirando isso, parece estar dormindo. Em paz.

A UsurpadoraDove le storie prendono vita. Scoprilo ora