Um Adeus Parecendo Primeiro Encontro

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Arizona pov's:

Calliope me fita sob a luz da varanda, depois de Lexie nos colocar para fora, dizendo um malicioso divirtam-se.

Sinto-me um tanto tímida, como se estivesse indo ao meu primeiro encontro com uma mulher.

E, por um momento, desejo que seja exatamente assim. Que Calliope seja uma mulher que acabei de conhecer e que a gente esteja saindo pela primeira vez, com um milhão de possibilidades a nossa frente. E não a esposa da minha irmã gêmea por quem sinto um amor proibido, além de estar vivendo uma grande farsa.

Pensar nisso tira um pouco da doce ansiedade que senti desde que comecei a me arrumar para esse encontro e que se transformou em frio na barriga quando vi a morena me esperando, tão linda como num sonho.

Calliope optou por um shortinho preto soltinho com uma camiseta verde água e uma jaqueta de couro preta por cima. Brincos grandes, batom vermelho, cabelo solto e saltos pretos. Ela é sem dúvida uma obra de arte.

Já eu, coloquei um vestidinho florido, maquiagem leve com um batom rosa clarinho e cabelo solto também.

___ Você está ainda mais linda, porém, parece triste. Ela comenta me estudando.

___ Eu só queria que este fosse realmente nosso primeiro encontro. Que não houvesse nada, nem antes nem depois. Apenas este momento. Seria possível? Falo ainda entristecida.

___ Você acha que seria possível? Acredita em segundas chances, Ari? É o que estamos fazendo? Calliope questiona-me.

Quero dizer que esta é a primeira chance na minha vida. Talvez a única. Ou última. Quero dizer que é o meu primeiro encontro com o amor da minha vida. Sei que nossos dias estão contados. Que meu sonho dourado com ela está terminando. Só nos resta um mês e quinze dias. Só de pensar nisso me faz querer transformar essa noite em algo memorável, de que me lembrarei para sempre.

___ Você gostaria de uma segunda chance para ser feliz, Calliope?

Ela parece hesitar. Parece ter medo. Eu a entendo. E ela nem faz ideia. Então, ela sacode a cabeça quase imperceptivelmente. Como se não ousasse dizer em voz alta. Dou um passo à frente e seguro sua mão.

___ Vamos fingir que acabamos de nos conhecer. Topa? Proponho. Não temos nada a perder. Ela hesita novamente. E de novo eu tenho medo. Talvez Calliope já esteja farta desse jogo. Talvez esteja cansada de lutar por sua felicidade com Ariana.

Porém não é minha irmã que está aqui e sim eu em seu lugar. Queria tanto que ela soubesse que sou eu.

Então ela solta o ar devagar, sua mão aperta a minha e sorrio timidamente, buscando seu olhar. É tão intenso, tão cheio de esperança, tão ávido por acreditar, que me faz querer ser a pessoa que vai realizar todos os seus desejos.

___ Certo, Ari. Vamos viver esta noite como se fosse única. Diz por fim e me puxa para o carro.

___ Aonde quer ir? Pergunta quando o carro entra na estrada escura.

___ Eu não sei... no entanto, não queria que fosse clichê como um restaurante ou algo do tipo. Acho que não estou com humor para ver mais ninguém. Respondo com sinceridade.

Espero que Calliope entenda que prefiro que fiquemos sozinhas e ela parece entender.

___ Tive uma ideia. Diz sorrindo pra mim.

Uma hora depois estamos caminhando pela areia fofa da praia, na qual estivemos com as crianças uma semana atrás.

Calliope estende um cobertor e eu coloco o que compramos para viagem na cafeteria do Joe.

A UsurpadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora