Lágrimas...

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Arizona Robbins pov's:

Acordar sem ouvir os sons de caos característicos de Los Angeles é algo novo para mim. Ou pelo menos algo que não vivencio há muitos anos.

Em vez das buzinas e carros freando, meus ouvidos são inundados pelo som do vento batendo nas folhas das árvores, pelo doce canto dos passarinhos e da quietude. Por um momento aquela tranquilidade quase sublime faz uma sensação de paz alastrar-se por meu coração, que estava submerso em angústia e apreensão.

Entretanto, sei que aquela calmaria era apenas aparente. Do outro lado da porta já posso sentir a pressão da farsa que estou vivendo. Ali, não sou Arizona Robbins nem Ari Robbins.

Terei que me vestir de Ariana Torres, a esposa da mulher que me acalentou durante a madrugada e por quem meu coração se apaixonou no instante em que pus os olhos nela.

Olho para o lado da cama e ela já não encontra-se mais ao meu lado. Meu corpo sente sua falta. Logo lembro-me que adormecer em seus braços é uma sensação única de puro êxtase.

Agarro seu travesseiro para sentir seu cheiro. No entanto noto, um bilhete que estava escondido por baixo. Me apresso para ler com um largo sorriso nos lábios, mas que é desfeito assim que começo a ler:

"Espero que o medo tenha passado. E... apesar dessa pequena aproximidade, nossa situação permanece inalterada, então, não confunda educação e generosidade com carinho e oportunidade, pois não esqueci o que você nos fez Ariana. Portanto, continuo descontente com sua presença, mas ao mesmo tempo, conformada de que as crianças precisam de você".

Nem um bom dia eu mereço Calliope Torres? Onde está sua educação agora? Constato tristemente em silêncio.

Dou um longo suspiro resignado, engulo o medo que me dá vontade de me esconder o dia inteiro e saio da cama na sequência.

Verifico a hora no celular e ainda é cedo, pouco mais de seis horas. Saio do quarto e rumo para o banheiro, um tanto aliviada pela casa ainda estar em silêncio.

Depois de um banho, arrisco-me a ir até a sala, mas nem sinal dela.

Será que Calliope já saiu para trabalhar tão cedo? Na cozinha, tudo está também na mais completa paz.

Procuro no armário e geladeira ingredientes para fazer o café da manhã e me questiono se foi Mer quem deixou a dispensa arrumada. Provavelmente, constato, sem conseguir evitar um certo embrulho no estômago.

Faço a cafeteira funcionar e consigo até bater algumas panquecas. Será que devo acordar as crianças? Sofia tem escola e não sei se ela acorda sozinha.

Mesmo apreensiva por sua agressividade ontem, vou até seu quarto. Vejo a cama vazia. Mas, logo ouço o som do chuveiro ligado e compreendo que está tomando banho.

Sigo para o quarto das outras crianças e os meninos ainda dormem. Diferente de Mel que já está acordada brincando com os móbiles acima de sua cabeça. Sorrio ao pegá-la no colo.

- Você é muito quietinha, não é? Brinco e Ela balbucia sons de bebê com as mãozinhas se enroscando em meus cabelos.

Verifico sua fralda e está limpinha. Ela foi trocada recentemente, constato. Calliope? Provavelmente, claro.

Volto para a cozinha com a Mel nos braços, preparo sua mamadeira e em seguida a alimento. Depois de colocá-la para arrotar, a deixo no carrinho para preparar o restante do café da manhã.

A UsurpadoraTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang