CAPÍTULO · 1

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Vamos nessa conhecer nossas bruxas e dar início a essa jornada aqui?

⚠️ Uma coisa que acho importante rssaltar em relação aos CLÃS DE BRUXAS: vocês vão perceber que eu me refiro aos Clãs pelos sobrenomes das bruxas, justamente pq é assim que é dentro da história. As bruxas não ostentam sobrenomes familiares como os humanos, em vez disso elas usam o nome de seu Clã junto ao seu próprio nome. Então, por exemplo: Skyler Blevengrest seria Skyler do Clã Blevengrest, Riverlin Maddox seria Riverlin do Clã Maddox. Usar o nome do Clã é uma demonstração de poder entre elas e uma forma de elas firmarem sua identidade entre as demais.

É isso! Bora lá.
Boa leitura!

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1
Bruxas de Sangue · Reino de Sangueprata
Estado de Callia, Capital Eben

⚜️

· SKYLER BLEVENGREST ·

Skyler deixou a Fortaleza Hamartia antes mesmo de a primeira luz do dia surgir no limiar do horizonte.

Uma densa névoa cinza cobria as planícies e a vegetação baixa, deixando uma faixa de mundo respirável entre a bruma gélida da madrugada. Aquela era a sua hora favorita do dia. Enquanto a maioria de suas irmãs se recolhia e descansava até o sol estar acima do horizonte, a Rainha Skyler das Bruxas de Sangue de Sangueprata levantava no prelúdio das manhãs e fazia sua caminhada por entre a bruma.

O ar frio do norte era agradável contra sua pele pálida mas muito quente devido ao sangue ardente que corria em suas veias, tão escuro quanto o abismo da morte. Quanto mais próximo do núcleo obscuro do mundo, mais alta a temperatura, diziam as lendas; e seu corpo ardia naquele sangue nanquim que, quando atiçado, inchavam suas veias e subiam à superfície.

O cabelo e sobrancelhas de fios prateados – que a distinguia entre as multidões, que gritava olhem para mim, todos vocês – eram fustigados pelo vento, as mechas açoitando seu rosto e ameaçando se desprender dos grampos que o seguravam em uma trança horizontal atrás de sua cabeça. Em vez de se importar, ela fechava as pálpebras sobre os olhos iridescentes e recebia de bom grado aquela surra silenciosa do mundo.

Todas as manhãs; pois todas as manhãs eram iguais no norte. O máximo de calor que recebiam eram rajadas tímidas de sol no meio e final do ano, calor o suficiente para derreter nada além da copa das árvores. Isso não era um problema para as Bruxas de Sangue, elas viviam em Sangueprata desde o início do mundo, o extremo norte voraz do continente de Kalpana era delas e elas pertenciam a ele.

Entre elas houveram, até quarenta anos atrás, as Bruxas de Sangue Prateado, a suprema realeza das bruxas do reino, que nasciam e cresciam para assumir o Trono de Sangue da Fortaleza Hamartia ano após ano, geração após geração. Até que a última Rainha de Sangue Prateado foi friamente assassinada junto ao marido, um poderoso feiticeiro, e a filha que carregava no útero, estripada para fora de seu ventre prematuramente e seu corpo natimorto entregue em sacrifício à Rainha Carniçal de Aramathe. Aramathe, o reino do submundo, localizado nas entranhas de Kalpana, no Mundo Inferior, onde somente os mortos e os demônios sanguinários e carniçais tinham permissão para vagar.

As histórias eram leais aos eventos do passado. Skyler tinha completado 289 anos de idade há pouco quando aconteceu. Era uma líder militar na época, havia acabado de voltar de missão do sudoeste do continente após uma visita às terras dos magos e feiticeiros no Reino de Kavan, quando a guilda de Haysen Atlas invadiu Eben. Haysen Atlas – um maldito humano que vendeu a alma à Skazi, a Rainha Carniçal, em troca de alguns séculos de vida e servidão pútrida para ele e sua guilda de caçadores de bruxas. Dizia-se que Skazi havia lhe prometido dois anos a mais a cada coração humano e cinco anos a mais a cada coração de bruxa que ele lhe entregasse em oferenda. Se fosse verdade, quantos anos a mais o coração da última Rainha de Sangue Prateado haviam lhe rendido?

A Rainha de Sangueprata ✤ Fantasia SáficaWhere stories live. Discover now