A Rainha de Sangueprata ✤ Fantasia Sáfica

CAPÍTULO · 8

Não estamos NADA prontos para o evento que será esse encontro... Mas só vamos! 👀

Boa leitura!

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8
Castelo de Mármore · Reino de Alynthia
Estado de Halston, Capital Athelon

⚜️

   Diante da porta fechada do escritório da mentora, Averly respirou fundo pela última vez e bateu duas vezes na madeira e esperou. A própria Ariella abriu a porta e pediu que ela entrasse.

   Averly deu três passos para dentro e então paralisou ao notar a terceira presença ali dentro. Era uma das bruxas. Sabia que não era a Rainha porque todos haviam falado milhares de vezes que Skyler Blevengrest tinha cabelos prateados e olhos dourados.

Aquela bruxa parada em uma postura ereta com os braços cruzado sobre o peito tinha cabelos mais escuros com uma única mecha branca despontando da franja. Um de seus olhos era completamente opaco e uma grande cicatriz marcava seu rosto daquele lado, mas o olho "bom" era da cor iridescente de um crepúsculo, rajado de tons de violeta e vermelho e dourado faiscante, uma mistura quase hipnotizante. Averly precisou de cada gota de sua força para não ficar encarando-a feito uma idiota, até porque, bem, apesar da cicatriz que a fazia parecer uma predadora letal ela tinha uma beleza tão exótica e feroz que era quase hipnótica. Uma das comandantes, certamente.

   — Srta. Caine, essa é Arista Voss, uma das comandantes de guerra e imediata da Rainha das Bruxas de Sangueprata. — Ariella anunciou de maneira sistemática e polida. — Srta. Voss, essa é Averly Caine, uma das melhores criadas reais do castelo. As criadas reais servem direto à Rainha Dhalia e são as mais bem treinadas e obedientes. A própria Rainha Dhalia a escolheu para servir como criada pessoal da Rainha Skyler em tudo que precisar, com o acréscimo: "Tudo que precisar, exceto o sangue dela. Isso está fora dos limites e sua Majestade já deve bem saber". Por isso a chamei aqui, comandante. Imagino que deva querer escoltá-la você mesmo até sua Rainha. Ou caso tenha algo a fazer nos próximos minutos, posso pedir a um dos guardas que o faça. Como achar melhor.

   Uma das melhores criadas reais do castelo? Quando, pelos sete quadrantes do inferno, havia conquistado aquele título ridículo? Averly reprimiu a muito custo uma careta ao ouvir aquilo. Tinha que ser um pesadelo. Nada daquilo podia estar mesmo acontecendo em sua vida medíocre.

   Arista Voss a olhou de cima à baixo e Averly dispôs de dois segundos para avaliar o olhar dela. Não parecia debochado, mas também não era dos mais calorosos. Era um pouco de tédio com uma pitada de desdém e uma minúscula fração de curiosidade, talvez. Bom, deveria ser melhor do que receber um olhar de ódio, pensou. O silêncio perdurou por tempo suficiente para que Averly sentisse o coração desandar outra vez.

   — Certo. — Arista pronunciou, por fim. — Você já me incomodou e eu já estou aqui, então eu pessoalmente a levo até a Rainha. Tem alguma coisa mais que preciso fazer antes de sair daqui com ela? Por acaso ela vem com algum documento ou alguma merda assim que eu deva assinar ou levar até minha Rainha?

   Averly constatou que parte de sua sanidade deveria estar quebrada àquela altura dos acontecimentos, pois deveria ter ficado horrorizada com a forma como ela falou, mas em vez disso encarou os pés e segurou uma risada com toda a força de sua alma – principalmente depois de Ariella perder a postura e pigarrear para disfarçar quando foi atingida pelas palavras grosseiras da comandante. Por todos os deuses. Elas eram todas assim? A Rainha também era assim? Aquilo só parecia piorar a cada instante.