CAPÍTULO · 14

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E elas estão de volta sim senhoras & senhores: PODE ENTRAR, RIVERLIN E APRIL 🛐
(vamos dar um nome pra esse shipp? RIVERPRIL é um bom candidato, parece até nome de remédio, elas curam todas as minhas enfermidades sabe🫰🏻🥹🥹)

Boa leitura!

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14
Fortaleza Hamartia · Reino de Sangueprata
Estado de Callia, Capital Eben

⚜️

· RIVERLIN ·

   Tudo estava desmoronando.

   O som era ensurdecedor – o som de pedra rachando e rolando encosta abaixo, rolando e rolando em uma onda de neve e gelo e morte, até cair sobre todas elas, até engolir a Fortaleza Hamartia com todas as bruxas e criados e qidans...

   O corpo de Riverlin deu um tranco na cama, sentando-se em um ímpeto. Chovia em Eben. Não: caíam os céus do lado de fora da fortaleza. O que havia começado com uma chuva incessante durante a tarde, transformou-se em uma tempestade violenta de raios e granizo que mobilizou todas as bruxas para fechar todas as janelas e proteger os qidans que estavam soltos no campo externo para se exercitar. Algumas delas voltaram com cortes no rosto e nos braços, açoitadas pelas rajadas de vento que lançavam granizo como se fossem facas afiadas; alguns qidans se machucaram, mas nada muito grave, apenas arranhões que foram cuidados de pronto. No dia seguinte eles estariam curados.

   O som dos trovões se misturava aos sons do sonho de Riverlin, como um eco sombrio. Ela respirava de forma errática agora sentada na cama, o rosto e a nuca salpicados de suor mesmo quando o quarto estava gelado e nebuloso com a névoa da tempestade que passava através das frestas da janela. Estava febril. De novo. Assim como, mais uma vez, sua cabeça latejava naquela dor aguda que agora era constante. Não havia tônico que resolvesse.

   Preocupada com o que isso poderia significar, sua matriarca havia até mesmo buscado a melhor curandeira de Sangueprata, na cidade de Mallavo. A curandeira examinou Riverlin e o diagnóstico foi: ela estava saudável; não havia nada de errado com ela, mesmo que a dor de cabeça lancinante berrasse o contrário. Ela disse poder sentir os reflexos da dor que Riverlin sentia quando examinou sua cabeça, mas não conseguia dizer a origem.

   Sem saber a origem, não havia nada que a curandeira pudesse fazer para melhorar aquilo – era assim que o dom da cura deles funcionavam: agindo direto na origem da dor ou enfermidade e eliminando-a. No mais, ela recomendou que não se esforçasse demais durante os dias e lhe passou um tônico para tomar todas as noites – o tônico não era para aliviar a dor, mas sim para fazê-la apagar profundamente, já que, devido às dores, Riverlin quase não dormia e isso não a estava ajudando em nada.

   O tônico fez bem seu trabalho naquelas duas noites desde a visita da curandeira. No entanto, o sono profundo não veio sem uma consequência: os pesadelos. Eram dois diferentes, um de fogo e um de gelo, pura confusão de gritos e morte. Quando eles se tornavam intensos demais, nem mesmo o tônico era capaz de mantê-la dormindo. Como havia acabado de acontecer.

   Uma semana havia se passado desde aquela briga que tivera com April na sala de reuniões. Foi depois daquele dia, do estranho evento que presenciara, que as dores ficaram mais constantes e fortes. Não havia falado sobre aquele evento com absolutamente ninguém, nem mesmo sua matriarca. Mas algumas suspeitas estavam começando a brotar nos confins de sua mente, as teorias tomando formas e rumos perigosos, e ela tentava não ficar ansiosa. Estava decidida a fazer suas próprias pesquisas antes de afirmar qualquer coisa.

A Rainha de Sangueprata ✤ Fantasia SáficaWhere stories live. Discover now