A Rainha de Sangueprata ✤ Fantasia Sáfica

CAPÍTULO · 40

Segurem as perucas, pois eu voltei. E voltei rápido dessa vez. Esse capítulo está de arrepiar até a alma... Então, se preparem aí.

Tem uma música para ouvir lá pra frente e faço esse apelo: quando chegar no momento de ouvir a música, OUÇAM. É muitíssimo importante e vocês entenderão o porquê.

Bora lá.
Boa leitura!

________________________________________

40
Castelo de Mármore · Reino de Alynthia
Estado de Halston, Capital Athelon

⚜️

   A manhã seguinte chegou cinzenta e apática. Era como se o próprio mundo soubesse o que estava para acontecer e já estivesse se preparando para o luto.

   Ver nuvens pesadas no céu de Athelon naquela época do ano era incomum, mas estava lá, bloqueando toda a luz do sol, prometendo ao menos uma chuva forte em algum momento do dia. Isso não poderia significar nada de bom.

   Na noite anterior, Averly mal pregou os olhos. Estava ansiosa demais para dormir e tudo o que conseguiu foi cochilar por uma ou duas horas, e ainda assim teve um sono cheio de sonhos estranhos e rápidos – tudo tinha a ver com a batalha que aconteceria nas próximas horas, os sons da luta ainda ecoavam em sua mente, som de aço cortando carne e ossos, som de gritos de fúria e morte. Isso a deixou ainda mais apreensiva.

   Era eufemismo dizer que Skyler estava apreensiva como ela. Já havia passado disso há muito tempo. Se Averly havia dormido pouco, Skyler sequer fechara os olhos. Seu corpo estava em completo alerta, era impossível desligar a mente e se concentrar em repousar. A inquietude de Averly não passou despercebida por ela também.

   Quando a manhã chegou, cinzenta e trazendo consigo o prelúdio de um dia nublado e chuvoso, Skyler saiu da cama. Averly ainda estava sonolenta, despertando do breve sono turbulento que tivera, apenas deu um beijo no rosto dela e disse que iria procurar por Arista e Ghita – elas precisavam se reunir rapidamente com a Rainha Dhalia para repassar todas as estratégias principalmente referente à proteção do castelo.

   Averly conseguiu ficar na cama por menos de uma hora depois que Skyler deixou o quarto, então se levantou. Não era como se Atlas tivesse marcado um horário específico para dar início àquele ataque, e talvez isso fosse o que estava deixando Averly ainda mais tensa. Poderia ser a qualquer minuto. A qualquer minuto os caçadores dele poderiam inundar aqueles corredores e as ruas das cidades e começar a destruir tudo e matar todos. Skyler garantiu que o plano era evacuar todos de Athelon para as cidades mais próximas, e ela esperava que isso já tivesse sido providenciado. Skyler acreditava que ele atacaria ali primeiro e então, caso obtivesse sucesso – ou não – em seu plano, ele daria a ordem para o Exército atacar as cidades. Logo elas iriam se reunir com as bruxas no acampamento e começar a dispersar algumas para os limites entre as cidades mais próximas também.

   Cansada de imaginar dezenas de cenários diferentes e sofrer em antecipação, Averly trocou o pijama que vestia pelo traje que Skyler havia deixado para que ela usasse e deixou o quarto. Arista e Ghita estariam com ela naquele momento, mas mesmo assim rumou para a torre oeste na intenção de encontrar talvez as outras comandantes ou até April ou Riverlin. Ficar sozinha era pior.

   No caminho até o cômodo onde costumava treinar com Arista e onde elas geralmente se reuniam, ela cruzou com uma das guerreiras do batalhão ao dobrar um dos corredores. A bruxa pareceu surpresa ao vê-la e fez uma leve reverência com a cabeça, dando um passo respeitoso para trás.