CAPÍTULO · 27

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Hola people!
Postando um pouquinho mais cedo pra compensar a falta de att ontem. Precisei viajar de última hora ontem por questão de doença familiar, então não sei como serão esses dias, mas vou tentar conciliar tudo para também poder finalizar a escrita de ARdS (cuja ideia para o final já está bem planejada). Família e saúde são mais importantes, sabemos, mas eu me comprometi com essa estória aqui e vou fazer o possível para cumprir meus prazos certinhos. Vai dar tudo certo, em todos os sentidos! 🙏🏻✨

Então, bora lá. Capítulo levemente TENSO. Mas com alguns pontos cruciais pra história... ATENÇÃO 👁👁

Boa leitura!

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27
Castelo de Mármore · Reino de Alynthia
Estado de Halston, Capital Athelon

⚜️

Fosse o calor do corpo de Averly contra o seu ou a consciência de tê-la em seus braços ou o som rítmico e reconfortante do coração e da respiração dela em seus ouvidos, Skyler acabou cedendo a um sono pesado como já não tinha há semanas. E como sempre acontecia quando seu corpo entrava em um profundo estado de inconsciência, as gavetas de sua mente se abriram e trouxeram os pesadelos de volta. Mas daquela vez, foi diferente.

Era parte da memória, mas também não era. Estava parada no meio do pátio externo da Hamartia, onde o cadáver de Helene jazia. Mas agora nevava; nevava em um dia claro de inverno e o Carvalho dos Mil Rostos brotava do piso coberto de neve, onde o corpo da rainha estava caído, onde ela estava sendo amparada não pelo Príncipe Feiticeiro, mas por um homem cujo rosto permanecia oculto pelo capuz de um pesado manto negro. A única coisa que Skyler conseguia ver dele eram as mãos – ossudas e tão pálidas quanto a neve, enrugadas talvez pela idade avançada –, uma sobre os cabelos cor de cobre da rainha morta e a outra sobre o peito dela, segurando as mãos de Helene em um gesto solene.

Mesmo contra todos os alertas de seu corpo, Skyler deu um passo à frente e olhou para cima. O Carvalho Sagrado estava coberto de neve, as folhas brancas brilhavam contra a luz indireta de um tímido raio solar de inverno. Flocos pesados de neve caíam em seu rosto e derretiam contra sua pele quente e seus olhos dourados piscavam para afugentar as gotículas de seus cílios claros. No topo da árvore mais antiga do mundo, Skyler via chamas.

A copa do carvalho ardia em chamas, mas não um fogo comum; eram línguas de fogo dourado e prateado, entrelaçadas, consumindo as folhas que se desprendiam dos galhos e se transformavam em flocos de neve ao cair. Vozes distintas tocavam seus ouvidos, arrepiando sua pele, um idioma muito antigo e esquecido. Skyler ficou hipnotizada por um momento. Ela havia recusado a Luxaeonian em homenagem a sua ascensão porque nunca se achou digna de receber tal benção. Aquela recusa gerou controvérsias, como muitas coisas que diziam respeito ao seu reinado, mas Skyler se limitou a falar sobre isso apenas com sua matriarca, que foi a primeira a repreendê-la.

Não posso fazer isso, Nerin. — Lembrava-se de dizer à Nerin Blevengrest. — Esse trono não é meu. Eu não estou pronta para me sentar nele. A Luxaeonian é um firmamento, um ritual para verdadeiras Rainhas. Helene pode ter me apontado como sua sucessora, mas ela não me ensinou a ser uma rainha... Ninguém me ensinou. E agora ela não está mais aqui para me guiar nesse caminho, e eu estou usurpando o Trono de Sangue. Vou me sentar nele porque preciso, porque se eu não o fizer, outras vão querer fazer, e vão profanar a memória de nossa Rainha. E nada que você disser vai me fazer pensar diferente.

A Rainha de Sangueprata ✤ Fantasia SáficaWhere stories live. Discover now