A Rainha de Sangueprata ✤ Fantasia Sáfica

CAPÍTULO · 10

Postando um pouco mais cedo hoje pq devo ficar fora de casa a tarde toda e não sei se vou conseguir vir aqui depois.

Capítulozinho um pouco mais tenso, se preparem que agora a coisa começa a tomar outro rumo na história 👀
Então simbora!

Boa leitura!

________________________________________

10
Castelo de Mármore · Reino de Alynthia
Estado de Halston, Capital Athelon

⚜️

No final do dia em que as comandantes haviam voltado das cidades, três dias depois de deixarem o castelo, todas se reuniram no quarto de Skyler após o jantar. Outra noite que tiveram que engolir as comidas gordurosas e carregadas de temperos que eram servidas ali no Castelo de Mármore.

   Em Sangueprata, a dieta das bruxas era descomplicada, nada além de carne fresca e magra levemente selada na manteiga e às vezes algum caldo para acompanhar – todos à base de sangue de animal com vegetais e uma alternância de temperos naturais para dar um gosto sutil. Nada como aquelas refeições servidas em Athelon, de carnes gordurosas, caldos espessos e uma mistura de temperos que descia queimando com um gosto rançoso e caía no estômago feito uma pedra. Muitas delas realmente vomitavam tudo longe dos olhos da rainha humana.

   — Conseguiram algo nas cidades? — perguntou Skyler, encostada à escrivaninha.

   As cinco guerreiras estavam de pé no meio do quarto amplo, braços cruzados ou mãos nas espadas à cintura. Dhalia não permitia que portassem armas dentro do castelo, mas as comandantes não podiam ligar menos; as demais guerreiras tiveram suas armas confiscadas e Skyler precisou acalmar os nervos delas para que não pulassem na garganta dos guardas que vigiavam a porta do armazém onde as diversas espadas e adagas foram guardadas.

Mas tanto ela quanto as comandantes debateram com Dhalia para manter suas armas, visto que não sabiam se em algum momento aquele assassino ou qualquer outro ser mal intencionado poderia entrar no castelo e tentar atacá-las. E quando Skyler perguntou se ela disponibilizaria seus guardas para proteger as bruxas, o assunto foi encerrado – pois a resposta, mesmo não dita, era não.

   — Ao que tudo indica, ouvimos a mesma coisa de todos os curandeiros — respondeu Arista. — Eles não nos deixaram ver os corpos, mas talvez mudem de ideia se você agraciá-los com sua doce presença, Majestade.

   Skyler ergueu uma sobrancelha e o canto de seus lábios se curvou ligeiramente. Um desafio. Talvez fizesse uma visita aos curandeiros de Halston.

   — Conversei com alguns moradores também — disse Elowen.

   — Eles conversaram mesmo com você? — Arista fez uma careta. — Ou isso é algum código para "eu os torturei psicologicamente até que cagassem as calças e abrissem as bocas"?

   Elowen soltou um riso debochado.

   — Olhe para mim, Voss. Com esse rostinho e esse sorriso, quem iria resistir? — ela zombou. — Nem todo mundo anda por aí como você, com essa carranca tão feia quanto a fuça de um draugh.

   — Sabe, não é muito ético da sua parte dizer isso quando foi exatamente a porra de um draugh que desfigurou minha cara — Arista atacou. — Se não fosse essa cicatriz e esse olho inútil, eu cairia na graça deles antes que você piscasse.

   — Não estou falando disso e você sabe. Estou falando dessa carranca que você faz o tempo todo, parece um animal furioso e faminto.

   — Tudo bem, Voss, você é linda por dentro. Isso que importa — zombou Kalina, debochada.