A Rainha de Sangueprata ✤ Fantasia Sáfica

CAPÍTULO · 19

Preparem os corações. E bora pro próximo! 👁👁
Boa leitura!

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19
Fortaleza Hamartia · Reino de Sangueprata
Estado de Callia, Capital Eben

⚜️

· RIVERLIN ·

   Quando Riverlin chegou à ala das baias, já era quase tarde demais.

No meio do corredor de acesso ela ouviu o estrondo que doeu em seus ouvidos, o barulho das paredes da fortaleza cedendo, rangendo e se partindo com o impacto. Os gritos das bruxas e o guincho dos qidans preencheram seus ouvidos e quando ela rompeu pela porta de entrada, a primeira rocha já havia caído sobre o campo externo e aberto um buraco no chão e possivelmente levado bruxas e quimeras consigo para baixo.

Com uma força descomedida, ela arrancou as duas portas do arco da passagem e gritou para que as bruxas tirassem as quimeras da ala e começassem a levá-las para o outro lado. Os filhotes foram salvos a tempo, mas as bruxas gritavam que ainda tinham qidans e outras delas lá fora quando a rocha caiu. Elas começaram a correr para fora da ala com as quimeras, a maioria tão assustados que se debatiam e gritavam ao correr pela porta.

O caos se instalou rapidamente e as rochas e pedregulhos ainda despencavam, trincando o teto de pedra negra da fortaleza. Para April alcançar Riverlin na ala, ela precisou desviar de vários qidans correndo enlouquecido pelos corredores e das bruxas tentando direcioná-los a um lugar seguro. Ela se espremeu contra as paredes e avançou até atravessar o arco onde a porta havia sido arrancada. Viu Riverlin gesticulando e gritando e batendo com um pedaço de madeira contra as estruturas das baias para afugentar as quimeras que ainda estavam ali; eram muitas para serem evacuadas tão rápido, elas iriam lotar os corredores da fortaleza e aquele caos estava longe de terminar.

Uma cortina de neve e pedregulhos desceu encosta abaixo, caindo sobre a cabeça delas e as bruxas gritaram outra vez.

— River! — Aquele instinto protetor gritou em April e ela correu até onde Riverlin estava e a puxou contra seu corpo, virando-a um instante antes de o teto ceder sobre a cabeça dela.

A pedra negra caiu e rachou e April sentiu uma lasca grande e afiada bater e rasgar suas costas, ela grunhiu, mas não soltou Riverlin.

As bruxas começavam a recuar conforme o cômodo inteiro já estava quase vazio, quando mais uma parte da ala desabou ao choque de uma rocha maior. April puxou Riverlin em direção a passagem, ignorando a dor aguda em suas costas. Nem todas conseguiram escapar do desabamento, os gritos deixaram isso claro, e a bruxa de sangue negro tentou não olhar para trás. O mundo ficou branco do lado de fora, encoberto por uma cortina de neve e névoa.

Antes que o restante do cômodo rachasse e despencasse, April puxou Riverlin para os seus braços outra vez, colocando-a contra a parede do corredor e usando seu corpo para protegê-la. E assim, em questão de minutos, a ala inteira foi destruída e engolida pela avalanche, bruxas e qidans esmagados. Riverlin não sabia em qual momento April havia se livrado da jaqueta que usava, mas percebeu que ela estava sem quando apertou os braços ao redor do corpo dela e sentiu a palma de sua mão encharcar quando tocou suas costas por cima da camiseta.

— Você está sangrando... — Riverlin sussurrou assustada, vendo o sangue nanquim manchando seus dedos.

— Estou bem. Foi só um arranhão. — April segurou o rosto dela com as mãos, olhando-a com preocupação e medo. — Você está bem? Se machucou?