13

881 93 4
                                    

Vegas era paranóico.

Muito paranóico.

E todas as suas paranóias eram devido ao fato de que ele sempre teve que ser superior, e ter que andar pisando em ovos com medo de errar. Vegas foi ensinado de que todos que se mostravam bons para ele, na verdade queriam matá-lo pelas costas—Vegas foi moldado para não gostar, se apegar ou amar, todos eram descartáveis quando não faziam suas vontades completamente—Todos eram descartáveis.

Menos Pete...

Vegas não conseguia olhá-lo com os mesmos olhos que olhava para os outros, para ele, Pete passou a ser naturalmente parte de si que ele não conseguia mais desgrudar. Cada pequeno detalhe lhe lembrava do garoto, até mesmo quando ia fazer as coisas mais ruins, Pete aparecia em sua mente como aquele anjinho que fica falando nos ouvidos das pessoas, dando conselhos bons. Pete era o anjo, e as paranóias de Vegas eram o demônio.

Vegas queria poder se abrir e dizer o que ele realmente sentia, mas todas as vezes que ele pensava em se abrir, seu demônio lhe dizia para se calar. Mas ele queria se abrir, queria muito.

Pete segurou o rosto de Vegas e limpou as lágrimas dele com as pontas dos dedos. O garoto sorriu acariciando o rosto dele com carinho.

—O que foi?—Perguntou baixo tirando o cabelo molhado de Vegas do rosto.

—Nada, eu...—Vegas apertou os olhos soltando um suspiro—Não é nada—Sorriu de lado se afastando de Pete—Toma banho, vou te levar para passear!

Pete sorriu de lado vendo Vegas sair do banheiro. O garoto se animou, já fazia dois meses e meio que ele não via outras coisas além do gramado e do céu da paisagem da janela, Pete queria respirar novos ares além do cheiro insistente do perfume de Vegas no quarto—Que ele amava e não queria que acacabasse.
Pete tomou um banho rápido e lavou o cabelo, ele saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura.

—Cinza ou preto?!—Vegas perguntou de dentro do closet.

—Preto!—Pete respondeu se deitando na cama de barriga para baixo.

Vegas saiu do closet com uma troca de roupas em mãos e vestido com suas habituais roupas de mafioso—Uma camisa de cetim estampada em preto e cinza, uma calça preta e coturnos altos—Vegas usava alguns acessórios prateados e seus lábios estavam hidratados. Pete arqueou a sobrancelha e inconcientemente mordeu o lábio inferior olhando para Vegas.

—Levanta—O mafioso deu um tapa na bunda de Pete—Se troca, eu já volto—Pete se virou de barriga para cima e puxou Vegas pela camisa.

O mafioso deu um tapinha na testa dele e Pete o beijou, Vegas tirou a toalha da cintura do garoto e passou suas mãos na lateral do corpo de Pete e segurou as coxas do garoto ficando entre as pernas de Pete. Vegas trilhou beijos pelo pescoço alvo do garoto que tinha algumas marcas bem clarinhas, desceu os beijos até o peitoral de Pete, Vegas parou na pélvis e instigou o garoto quando lambeu ali.

—Se troca—Saiu de cima de Pete e andou até a porta do quarto.

Pete pegou o travesseiro e jogou nele, o garoto choramingou sentindo sua ereção doer levemente. Vegas deu risada e saiu do quarto.

***

Pete pisou no gramado com hesitação, ele não sabia se devia ir ou ficar. Tinha medo de fazer alguma coisa errada. Vegas segurou a cintura do garoto e o guiou até uma moto vermelha que tinha uma caveira preta estampada do lado. Vegas subiu e ajudou Pete a subir na moto, o garoto agarrou as costas do mafioso morrendo de medo de cair.

Vegas acelerou a moto fazendo Pete soltar um gritinho. Vegas entrou em uma estrada de terra e Pete esperou a poeira atingir seus olhos, mas diferente disso, a estrada era sólida e a terra era bem compacta no chão. Tinha até mesmo as linhas amarelas do asfalto. Pete foi o caminho inteiro apontado para as coisas e perguntando para Vegas, até que Pete viu um muro cheio de flores.

Submissão-Romance DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora