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Vegas observou Pete tomar o suco em silêncio, Macau havia saído da cozinha com Saint e Baah. Mara pegou Niragi no colo e saiu da cozinha deixando o casal a sós.

Pete de repente se sentiu zonzo, ele se apoiou no balcão com a visão desfocada. Sua língua ficou dormente e sua cabeça girou, ele quase caiu se não fosse por Vegas que o segurou firme pela cintura, Pete segurou os ombros de Vegas tentando focar sua visão no rosto do namorado.

—Vegas—O mafioso encostou a cabeça no ombro do garoto—O que está acontecendo? Por que?

—Eu amo você—Pete tentou se soltar, mas seus braços ficaram dormentes.

Pete tentou falar, mas seu corpo não obedecia e ela desmaiou nos braços de Vegas. O mafioso pegou Pete no colo e beijou a testa dele com carinho.

—Ele vai te matar—Macau falou baixo dando um sorriso amarelo—Se cuida big bro!

—Você também—Vegas entregou Pete nos braços de Baah—Droga Pete—Um nó se formou na garganta do mafioso—My moon, see you...

***

Algumas horas depois.....Chicago, Estados Unidos da América.

Pete piscou forte sentindo sua cabeça latejar, seu estômago revirou e ele se virou para o lado vomitando no chão, ele sentiu alguém afagando suas costas e reconheceu pelo perfume amadeirado com toque de hortelã—Macau—Seu estômago doía muito, mas a sensação de perda doía muito mais e as lágrimas  brotaram de seus olhos.

—Cadê ele?—Pete perguntou ofegante—Macau! Cadê o Vegas?!

—Pete, respira...

—Porra Macau! Onde está o Vegas?!!

—Nesse momento, tentando viver para voltar para casa—Respondeu sincero com um aperto forte no peito.

—Macau...—Pete chorou escondendo o rosto nas mãos.

—Pete, Vegas me pediu para te dizer que ele precisa que você cuide de uma parte dele, algo que ninguém nunca viu—Macau ajudou Pete a se levantar e o guiou para o banheiro—Tome banho e desça as escadas, você precisa ver com os próprios olhos.

Pete ligou o chuveiro entrando debaixo da água morna depois de se despir, ele sentou no chão e abraçou os próprios joelhos. Ele estava com medo, o lugar era desconhecido e ele não tinha Vegas e a sensação de que seu namorado estava em perigo o deixava em puro desespero. Pete soluçou fechando os olhos, seu maior medo era de que Vegas não voltasse para buscá-lo.

Pete não saberia viver sem Vegas...

O guarda-costa não demorou muito a sair do banheiro e quando saiu, o quarto estava limpo com o cheiro de lavanda pairando no ar. Um conjunto de moletom e uma cueca nova estava em cima da cama, Pete franziu o cenho pensando no calor que estaria do lado de fora. Mas então ele se lembrou de que não estava na ilha.

Pete abraçou o próprio corpo se sentindo desprotegido. Ele queria Vegas para sanar aquela sensação horrível de vazio que havia ficado. Ele estava sufocado, tudo parecia querer o machucar. Pete fechou os olhos tentando escutar o barulho do mar, mas ele não encontrou, ele apertou ainda mais os olhos e cravou as unhas em sua pele tentando não se desesperar.

Pete sentou no chão e tampou os ouvidos com as mãos. Ele respirou fundo e sem perceber, começou a movimentar seu corpo para frente e para trás enquanto as lágrimas desciam de seu rosto.

Pete estava em pânico...

Macau entrou no quarto com o celular na mão e ao ver Pete naquele estado, ele correu em direção ao cunhado colocando o celular no viva-voz.

"Ei Bunny" Pete soluçou ao ouvir a voz baixa "My moon, fala comigo"

"Eu estou com medo" Pete confessou sentindo Macau o abraçar.

"Bunny, eu confio em você" A voz de Vegas saiu embargada "Você precisa ficar bem e cuidar das crianças, me duas semanas e eu prometo voltar"

"Vegas, volta por favor" Implorou " Eu quero ouvir o barulho do mar" .

"Comece a contar os dias a partir de hoje, duas semanas".

"Vegas!"

"I Love you Bunny"

Pete chamou por Vegas, mas ele já havia desligado. Macau o apertou nos braços tentando sanar pelo menos um pouco do medo de Pete.

***

Bangkok/ Tailândia

Vegas respirou fundo adentrando o prédio da primeira família, todos se curvavam para cumprimentá-lo. Ele entrou no elevador e apertou no andar da cobertura, ele estava cansado e seu corpo pedia pelo aconchego dos braços de Pete.

Pete...

Vegas se sentia mal por ter deixado seu namorado sozinho e estava quebrado por ter ouvido o choro de Pete. O mafioso não se sentia bem.

Vegas entrou na cobertura e deu de cara com as costas largas de Kinn. Porsche estava ao lado do chefe da Primeira Família e tinha uma expressão séria no rosto bonito. Vegas revirou os olhos e se sentou no sofá de couro.

—Cadê o Pete?—Porsche perguntou.

—Chicago—Murmurou cruzando os braços—Quero te pedir uma coisa...

—Não vou fazer nada para você!—Respondeu ríspido.

—Não é para mim, é para o Pete—Porsche andou até Vegas parando na frente dele—Pete está em um lugar novo e não está se sentindo bem...

—O que você fez com ele?

—A gente se ama Porsche! Jesus!—Vegas se levantou ficando cara a cara com o moreno—Quero que você vá para Chicago e cuide do Pete para mim, não sei se vou ficar vivo e por isso preciso de alguém que ele confie!

—Porsche—Kinn o chamou desencostando do batente da janela—Faça isso.

—Kinn!

—Por favor—Porsche suspirou incrédulo e marchou em direção ao elevador—O que pretende fazer?

—Negociações, fechar as possibilidades e o deixar sem alternativas—Vegas falou girando a aliança em seu anelar—Tenho duas semanas para fazer isso, te vejo daqui dois dias, comece com as famílias menores.

—Até quando vamos fingir que nos odiamos e cultivar essa indiferença? Estamos travando uma guerra contra sete famílias, podemos morrer—Perguntou olhando nos olhos de Vegas.

—Não saía do personagem little bro ou vão usar isso contra nós—Lançou uma piscadela para Kinn e andou até o elevador—Kinn!—O mais novo o olhou—Se cuida!

Submissão-Romance DarkWhere stories live. Discover now