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-Seu imbecil! Como pôde não concluir o único que serviço que te dei em toda a sua vida inútil!-O Senhor Yoshida gritou passando as mãos no rosto-Sakura vai fazer um inferno na minha vida, eu vou perder dinheiro!

-Pai, eu não sabia que Pete lutava...-Ele se calou com o tapa que levou no rosto.

-É tão difícil atirar na cabeça dele? Seu inútil de merda!-O Senhor Yoshida respirou fundo-Você acabou com suas chances de se casar com Vegas, todas a chances! Trate de achar algum gayzinho de merda que tenha dinheiro o suficiente para atender aos meus desejos.

-O que o Senhor pensa em fazer?

-Atingir Vegas-Falou sem pestanejar-E seu calcanhar de Aquiles é Gun Theerapanyakul.

***

Era de madrugada quando Pete acordou com fome, diferente das outras vezes que acordava no meio da noite, ele não estava sozinho-Vegas dormia agarrado a sua cintura com possessividade e o rosto do mafioso estava no pescoço de Pete fazendo o garoto sentir a respiração calma e morna contra a sua pele-E agora, Pete podia zanzar tranquilamente pela casa sem preocupações.

Com cuidado, ele afastou Vegas de si e deu um beijo na bochecha do mafioso antes de sair do quarto. Pete caminhou até a cozinha, mas parou em frente ao quadro da mulher. Era um quadro muito bonito pintado de tintura a óleo, as pinceladas foram feitas de forma sutil dando textura para a pele, unhas e roupas. A bela mulher vestia um vestido vinho escuro que era bem justo em seu busto salientando os seios fartos, seus olhos eram profundos e intensos-Como se tivessem uma verdade não dita por trás deles-Seus lábios tinham um sorriso quase que imperceptível como em deboche e estavam pintados de vermelho.

Ela se parecia absurdamente com Macau, os lábios grossos e bochechas salientes. Mas seus olhos eram frios, intensos e perigosos como os de Vegas.

Pete se aproximou da pintura e leu as letras miúdas.

𝓙𝓮𝓼𝓼𝓲𝓮 𝓣𝓱𝓮𝓮𝓻𝓪𝓹𝓪𝓷𝔂𝓪𝓴𝓾𝓵, 𝓪 𝓮𝓼𝓹𝓮𝓻𝓪𝓷𝓬̧𝓪 𝓶𝓪𝓲𝓼 𝓫𝓮𝓵𝓪 𝓭𝓮 𝓼𝓾𝓪 𝓹𝓻𝓸́𝓹𝓻𝓲𝓪 𝓺𝓾𝓮𝓭𝓪.

Pete franziu o cenho não compreendendo, aquela frase, ele já havia a visto em algum lugar, mas agora não se lembrava.

Ele andou em direção a cozinha e abriu a geladeira pegando uma caixa de morangos vermelhos e bonitos. Ele lavou os morangos com cuidado e tirou o talo, depois jogou creme de avelã por cima dos morangos cortados e foi lavar a mão. Pete se sentou em uma das cadeiras da bancada e ficou olhando para o lado de fora pela porta de vidro.

Seus pensamentos dançavam em sua mente o deixando chateado. Só faltava um único dia para o Natal e ele não poderia passá-lo com sua avó, ele não iria ouvir as piadas ruins de seu primo que mesmo já tendo 32 anos ainda morava com sua avó. Pete apostava que o restaurante de sua avó estava muito bem decorado e uma árvore com fotos suas e da família estava na porta do restaurante para todos verem o quão absurdamente parecidos eles eram.
Ele espetou um morango com o garfo e levou até a boca. Era nessa época do ano que ele pedia folga, sua avó o acordava todos os dias com o cheiro de café e bolinhos recheados pairando no ar. Os bolinhos de caramelo com chocolate eram os favoritos de Pete, o sabor doce e a massa fofinha como algodão.

Sua avó adorava assistir as brigas que ele tinha com seu primo. Sempre acabava com alguma frase ofensiva a falta de inteligência de um dos dois. Ela se matava de rir e dizia com as palavras carregadas de amor, que Pete era o bolinho fofo de massa doce e seu outro neto era o caramelo com chocolate-Um completava o outro.

Uma lágrima escorregou pingando na mão de Pete, ele sorriu ladino e limpou o rosto. O guarda-costa sabia que sua família estava melhor sem ele e os perigos que ele oferecia.

Pete comeu os morangos e foi até a porta de vidro, abriu ela com cuidado e se sentou na escada. Ele fechou os olhos sentindo o cheiro gostoso de grama misturado com a maresia salgada. Ele ouviu passos atrás de si e o perfume amadeirado que ele tanto amava, Pete sentiu braços rodearem sua cintura e duas pernas torneadas circularem sua cintura.

-O que está pensando?-Perguntou rouco colocando a cabeça no pescoço de Pete.

-Que eu daria tudo por um cigarro-Respondeu segurando as mãos de Vegas.

-Bunny, do not lie to me-Pete sorriu encostando a cabeça no ombro de Vegas.

-Uma vez eu assisti uma série que dizia que quando alguém diz para uma pessoa que a Lua está linda hoje, é um eu te amo indireto-Pete olhou a lua e virou o rosto para olhar para Vegas-The moon is beautiful today...

Vegas olhou nos olhos de Pete com tanto amor que fez o coração do guarda-costa acelerar e seus pelos arrepiarem. O mafioso beijou os lábios de Pete com todo o seu amor transbordando em um simples beijo.

Por mais que a saudade estivesse presente em seu peito, Pete não queria voltar, ter Vegas com ele e por ele-Era a sensação que ele procurava a muito tempo-A sensação de ser amado.

Vegas se afastou dos lábios de Pete e segurou a mão do garoto levando até seus lábios e deixando um beijo em cima do anel.

-Amanhã, vou te dar uma escolha e não importa qual seja ela, eu vou aceitar-Pete sentiu seu corpo gelar-I Love You, Bunny.











Submissão-Romance DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora