Capítulo 44. Encrencada.

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Ficamos tomando o café da manhã. Só iremos na floresta a noite. Os policiais que irão seguir eu e Gabriel até a faculdade já sabem que depois da faculdade vamos a floresta. Os policiais não irão aparecer no condomínio, assim nossos pais irão pensar que os policiais estão conosco na casa dos nossos amigos. Iremos só voltar de manhã.

- Bom dia a todos, estou indo trabalhar! - Paulo diz animado.

- Vai lá, melhor segurança! - Beatriz diz animada levantando a mão aberta.

E então Paulo com a mão dele aberta bate na mão aberta de Beatriz. Ela está sentada em uma cadeira e ele em pé.

- Bom trabalho. - Márcia diz séria e toma um gole do chá que ela segura a caneca com as duas mãos.

- Obrigado. - Paulo diz parando de sorrir.

- Até mais, meu amigo. - Meu pai diz.

- Vá com Deus. - Minha mãe diz.

- Obrigado, senhores Tourinho. - Paulo diz.

Então Paulo sai da cozinha e eu sento na cadeira que ele estava.

- Que horas você vai, mãe? - Beatriz diz.

- Me expulsando por acaso? - Márcia diz deixando a caneca com o chá em cima da mesa.

- Não! - Beatriz diz e pega um pedaço do bolo que está no prato e morde. Ela diz: - É que você também sai cedo.

- Não fale de boca cheia, Beatriz! - Márcia diz e respira fundo. Ela diz: - Meus Deus como você se parece com seu pai!

- Me pareço com vocês dois. - Beatriz diz ainda de boca cheia.

Márcia termina de tomar o chá e diz:

- Só estava terminando o meu chá. Bom dia pra vocês.

- Bom dia. - Todos dissemos, menos Gabriel que está em pé pensativo.

Márcia levanta da cadeira e sai da cozinha.

Minha mãe senta na cadeira.

- Querido, você precisa voltar ao hospital. - Minha mãe diz. - Tem que trabalhar. Seu chefe foi muito bom em te deixar por aqui, mas, precisa voltar. Imagina se todos os médicos deixassem de trabalhar para cuidar de alguém da família? Agora que voltei a ler a bíblia me sinto melhor. E o psiquiatra está falando comigo pelo celular.

Meu pai em pé com a mão toca nos ombros de minha mãe e diz:

- Vou voltar em breve. Quero enterrar nossa filha ainda.

- Que demora né? - Beatriz diz. - Já deviam liberar o corpo.

- Porque está tão pensativo meu irmão? - Digo olhando para Gabriel. Eu digo: - Ainda não disse nada.

Ele está em pé perto dos armários e toma um gole do café que está no copo e me ignora.

- Gabriel, sua irmã falou com você! - Minha mãe diz estressada.

Meu pai se aproxima de Gabriel e diz:

- Gabriel?

Gabriel toma um susto e derrama o café no chão.

- Pelo visto não está aqui, meu filho. - Minha mãe diz rindo.

- O quê? - Gabriel diz olhando nossa mãe.

Então Gabriel deixa os pés em um pano no chão e passa o pano no café que ficou no chão. Minha mãe para de rir.

- Está mesmo perdido nos pensamentos. - Eu digo.

Se houver um crime... Eu não sou o culpado!Where stories live. Discover now