Se houver um crime... Eu não sou o culpado!

Capítulo 48. Armas.

Eu sinceramente quero saber mais sobre João. Eu nunca o conheci, nunca tinha o visto, pois, eu estava viajando. Ana evitou falar pra mim sobre ele. E minha mãe e o detetive William disseram o certo, precisamos conhecer a pessoa antes de julgar.

Eu estava com raiva de Ana por ela não me falar sobre João, acabei descontando minha raiva em João. Mas, estou mais calma agora e quero conhecê-lo. Ainda mais por descobrir que ele é meio-irmão de Beatriz. Ele é filho de Paulo. E eu gosto muito de Paulo, gosto ainda mais dele do quê de Márcia. Porque ele sempre me tratou bem, já Márcia fica me chamando de rebelde e de uma péssima filha, pois, eu fico escondendo as coisas de minha mãe.
Mas não odeio Márcia, no fundo eu admito que ela está certa. E mesmo odiando o emprego dela como jornalista, eu admiro sua dedicação.
Só que mesmo gostando muito de Paulo eu fico com raiva por saber que ele deixou João no orfanato.
Mas, o momento agora, é melhor saber sobre João.

- E então? - Digo. - Eu posso te conhecer melhor?

João mexe a cabeça dizendo sim. Ele diz:

- Sim.

Ele para de mexer a cabeça e eu digo:

- Obrigada. Fico feliz por me contar o que houve no passado. Como se aproximou de Beatriz. Agora vou falar sobre mim. Não sei se Gabriel ou Ana já te falaram sobre mim. Mas, quero que me conheça por mim mesma. Eu sou Gabriela Tourinho. Irmã do meio de Ana. Faço faculdade no mesmo lugar que Ana e Gabriel. Mas nós três fazemos cursos diferentes. Faço pedagogia, desde sempre eu gostei de crianças, quero muito casar ter filhos, só não encontrei um homem ideal. Muitos só querem sexo e irem embora. Eu já fui assim também, só sexo e tchau. Só que agora estou ficando velha e quero uma família. Ana é a única cristã de nossa família. Meus pais já foram cristãos, ou talvez só frequentavam bastante a igreja. Só que minha mãe perdeu um bebê, seria mais um menino e acabou ficando depressiva. Acho que Ana já te contou tudo, mas, é bom ouvir de mim também. - Eu fico andando para um lado e para o outro, dizendo: - Eu e Gabriel somos mais parecidos e a gente vive bastante juntos, Ana por ser cristã e ter uma vida mais diferente dá nossa ficou mais afastada. Com a depressão de minha mãe, nossa família ficou mais afastada. E também todos tem culpa não só minha mãe. Todos foram se afastando, menos eu e Gabriel que éramos mais unidos e meus pais que ficavam mais unidos. Ana tentava unir todo mundo e meu pai também. Todos nós nos amamos muito, só temos nossas diferenças.

Eu paro de andar e respiro fundo. Falei um pouco rápido, espero que João tenha entendido. Eu costumo falar mais rápido quando estou nervosa.

- Obrigado por contar. - João diz ainda me olhando.

- Eu estava viajando quando você apareceu na vida dá Ana. Depois disso nossa família também se afastou mais porque viviam discutindo. Não confiavam na sua amizade com Ana, ela raramente se irritava com a família mas já teve seus momentos ignorantes e isso deixava meus pais e meu irmão ainda mais com raiva de você.

- Entendi. - João diz.

- Só que agora... - Eu respiro fundo olhando para o chão e digo: - Minha mãe disse que falou com você. - Eu sorrio e olho para João. Eu digo: - João, graças a você e principalmente graças a Deus, minha mãe voltou a ler a bíblia e está te admirando. Ela falou conosco sobre o perdão. Perdoar mais, ouvir mais a pessoa, ser perdoado. Isso fez meus olhos se abrirem.

- Estou... Surpreso. - João diz e sorrir um pouco.

- Eu também! - Digo animada. - Ainda não quero ser cristã, mas, com certeza foi um milagre de Deus, pois, minha mãe estava com raiva de Deus por ter perdido um filho e agora perdeu Ana. A visita que ela te fez, a ajudou bastante a pensar melhor e pegar a bíblia.