Capítulo 54. O colar.

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Fico olhando Gabriel e Gabriela arrumarem as coisas deles no meu quarto. Estou tão animada que agora eles podem voltar pra casa, mas, eles estão péssimos. Eu entendo que será muito difícil morar lá sem a Ana, mas, eles precisam seguir em frente.

Gabriel segura o vilão dele e senta na minha cama. Ele começa a tocar uma música que eu já ouvir em algum lugar, mas, eu não me lembro. 
Gabriela fica fechando o baú que tem os quadros do desenhos dela.

Eu olho para Gabriel e tento animá-lo. Eu pergunto:

- Que música é essa? Parece bonita. 

Gabriel respira fundo ainda tocando e olhando para o violão. Ele diz:

- Ousado Amor de Isaías Saad.

Eu me arrepio. 

É a música favorita dá Ana.  

- A música favorita dá Ana. - Eu lembro e dou um sorriso.

- Sim, o louvor favorito dela. - Gabriel diz olhando para o violão e ainda tocando. Ele diz: - Ela costumava dizer que era a música dela e de Deus. Que eles dançavam juntos essa canção e eu dizia que ela era louca. Como ela iria dançar com Deus? Ela disse que de um jeito sobrenatural, com O Espírito Santo. 

- Ela era bem espiritual, eu me lembro. - Eu digo parando de sorrir. - Ouvia a voz de Deus, dançava com Deus e tudo mais. 

Gabriel começa a chorar e para de tocar no violão.

Com pena, eu me aproximo dele e sento ao seu lado.

- Gabriel... - Eu digo. 

- Não quero falar mais nada agora, por favor. - Gabriel diz chorando e abraça o violão.

Depois  Gabriel deixa o violão em cima dá cama do outro lado dele e Gabriela diz:

- Eu vou ao banheiro.

Gabriela sai do quarto.

- Eu não estou pronto pra voltar pra casa... Não estou. - Gabriel diz chorando me olhando.

- Não precisa ter pessoa, meu amor. - Eu digo olhando pra ele. Eu digo: - Você pode ficar aqui em casa quantas vezes quiser.

- Eu não quero seguir em frente. - Gabriel diz chorando. - Morar lá vai ser uma obrigação para eu seguir em frente sem a Ana e eu não quero.

Coloco minhas mãos no rosto dele e eu digo:

- Você precisa seguir em frente. Gabriel, temos certeza que a morte existe, vamos perder muita gente ainda.

- Não diz isso.

- É verdade. Aceite isso antes que destrua sua vida. E não pode se culpar quando alguém morrer e nem ficar culpando as pessoas.

- Por favor, não fale de João. - Gabriel diz e respira fundo. 

- Tudo bem. - Eu digo tirando as mãos do rosto dele. Eu digo: - Só aceite que Ana se foi. Você sabe que ela amava viver, melhor do quê a gente, de um jeito saudável. Então viva por ela, viva futuramente pois, infelizmente ela não teve um futuro aqui na terra. Mas, pela fé dela, ela vai está com Deus. E Deus é bom e cuida dela.

Gabriel coloca a cabeça em meu peito me abraçando e chorando. Eu passo um braço ao redor dá cintura dele e o outro braço eu o abraço e com a minha mão eu faço carinho no cabelo dele.

- Obrigado por está aqui nesse momento. - Ele diz chorando.

- Sempre estarei aqui. - Eu digo com os olhos de lágrimas. Eu digo:  - Juntos ou separados, sempre quero ajudar você, sempre quero cuidar de você.

- Eu também, meu bem. - Gabriel diz chorando.

Meu coração está disparado.

Sentir falta desse momento com ele. Sempre em momentos ruins apoiávamos um ao outro. Aconselhávamos.  Até quando só eramos amigos. Não quero que isso mude. 

Se houver um crime... Eu não sou o culpado!Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon