Capítulo 38

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O dia da viagem...
Quarta-feira

Ontem me despedi de Clara, Gustavo e dona Aurora. Os três choraram junto comigo e me deram presentes para que eu lembrasse de cada momento ao lado deles, mas isso não será preciso, jamais irei esquecer.

As meninas me ajudaram com as malas e durante a arrumação, a gente conversou e rimos bastante.
Depois disso, fizemos um brinde com vinho e ficamos algumas horas em frente a televisão, assistindo alguns filmes.

Hoje finalmente vou embora. Estou empolgada e desanimada ao mesmo tempo. Sinto falta de Alex. Não deveria ter tratado ele daquela maneira. O perdi para sempre...

— Já coloquei a última mala no carro. Está pronta? — Concordo.

Sofya pegou o carro do namorado emprestado para me levar ao aeroporto. Thessa faltou hoje no trabalho para poder me acompanhar até lá.

Fico nervosa ao entrar no carro e dá um friozinho na minha barriga. Apenas respiro fundo.
Recebo uma mensagem de Gustavo me desejando boa viagem. Respondo com um "Obrigada".

***

O meu vôo é anunciado e as meninas me abraçam.

— Se cuida garota! Eu amei te conhecer. Conta comigo pra o que você precisar. Vou sentir muita a sua falta, amo você.

— Tá bom! Falo o mesmo pra você. Você é uma amiga incrível. — Sorrio e me emociono.

— Prima, vou sentir muita saudade das nossas loucuras, logo, logo estaremos juntas. Eu te amo tanto!

— Eu também minha tchutchuca. Aproveita bastante, tá? Se joga na diversão e se aventure.

Quando ouço a segunda chamada, me apresso e pego minhas malas.
A cada passo que eu dou, sinto um aperto no peito.
Dói saber que eu nunca mais vou ver ele, mas agora preciso aceitar, pois, essa foi a minha escolha.
Brasil, aí vou eu.

***

Vejo uma mulher procurando alguém. Quando noto que é a minha mãe, grito e corro em sua direção.
Vou esbarrando com várias pessoas e peço desculpas.

— Mãe! Eu tava com tanta saudade. — Abraço forte.

— Eu também, meu amor. Perto faz raiva, longe você faz falta.

— Eu sei que a senhora não vive sem mim. — Jogo meu cabelo pra trás.

— Convencida!

A gente caminha em direção ao carro e um homem está encostado no veículo. Ele é negro, alto e magro. Tem uma ótima aparência e músculos fortes.

— Filha, esse é o meu namorado, Miguel. — Minha mãe apresenta.

— Oi Miguel, finalmente conheci o cara que tá fazendo a minha mãe feliz. Fico contente de ver que a minha mãe tá bem, feliz e seguindo em frente. Não machuque ela, se não, eu te mato.

— Manuela gosta de brincar, não liga pra isso, querido. — Minha mãe fala entre risos.

— Dessa vez eu não estou brincando. — Tento ficar séria para assustar ele, mas não consigo. Nós três rir.

— Pode ficar tranquila. Eu amo muito essa mulher e jamais vou fazer ela sofrer. — Da um selinho na minha mãe e eu sorrio.

Miguel ajuda minha mãe a colocar as malas no porta-malas do carro, e eu me acomodo no banco de trás.

Ia escutar músicas até chegar em casa, mas a bateria do meu celular acabou. Vou o caminho todo conversando com a minha mãe e Miguel. Ele fala mais sobre si e minha mãe conta as últimas novidades.

Miguel é divorciado e tem um filho de dez anos, chamado Arthur. Ele mora com a mãe, um pouco distante, mas nos finais de semana fica com o pai.

Ele é vizinho da minha mãe, foi assim que os dois se conheceram, quando ele se mudou para perto da minha casa.

Ele parece ser um cara legal, espero que não faça nenhuma burrada com a minha mãe.

Assim que ele para o carro, eu desço toda contente por ter voltado para casa. Dou pulinhos de alegria e puxo as malas para o meu quarto.

Não consigo subir a escada com elas e deixo na sala mesmo. Corro para o meu quarto e caio na minha cama. Aí, como é bom está de volta.

— Manu, Miguel colocou as malas no corredor, vai pegar e toma banho para almoçar. — Concordo. — Não demora, a gente ainda não comeu para almoçar junto contigo.

Trago tudo para o meu quarto e guardo algumas coisas no meu banheiro e no meu guarda-roupa.
Tomo banho logo em seguida, lavando o meu cabelo.

Desço para almoçar e minha mãe junto com o namorado dela, já estão na mesa.
Miguel ajudou a fazer, o cheiro está ótimo.

— Amanhã vamos fazer um almoço e eu convidei os parentes mais próximos.

— Acho uma ótima ideia, só queria que Thessa estivesse aqui.

— Eu também. Quando ela chegar, a gente faz outro. — Concordo. — Depois iremos conversar, mocinha. Você me deve muitas explicações. — Ela leva o garfo a boca com um pedaço de batata e me lança um olhar sério.

Minha nossa senhora! Pensei que eu estivesse livre do interrogatório.

O almoço ocorreu de forma tranquila.
Miguel se ofereceu para lavar a louça e eu avisei a minha mãe que ia sair, da uma volta na praia.

***

A praia está vazia, não há ninguém além de mim.
O sol está quase se pondo. Sento na areia, sem me importar de como minha roupa irá ficar.
Perdida nos meus próprios pensamentos.

Queria saber notícias dele. Como e com quem ele deve está. Mas provavelmente, deve está na casa de Ana com ela.

— Olha nos meus olhos e fala que não me ama.

Estou pensando tanto nele que estou delirando.
Não. Ele realmente está aqui?
Não controlo minhas emoções e corro até ele.

Entrelaço minhas pernas na sua cintura e ele segura na minha bunda. Beijo ele apaixonadamente.

— Eu te amo, Alex. — Falo olhando nos seus olhos.

— Eu amo você. Estava com medo de lhe perder.

— Como você me encontrou aqui?

— Lamar me contou que você voltou para o Brasil. Sua prima me deu seu endereço e sua mãe me falou que você estaria aqui.

— Você é maluco. — Rio e abraço ele.

— Maluco por você.

Me puxa para perto de si e a gente se beija. Um beijo cheio de desejos e amor.
Se isso for um sonho, por favor, não me acorde mais.

Juntos, sentamos na areia e ficamos observando o pôr-do-sol.

Aquele OlharWhere stories live. Discover now