Capítulo 22

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Caminhávamos em direção a entrada da lanchonete.

É o mesmo local onde rolou nosso primeiro beijo...

Eu segurava a mão direita de Clara e Gustavo a esquerda. Quem não nos conhece diria que somos uma família.

Ao entrar nesse ambiente avisto Alex, Ana, um garoto de cabelo negro com o cumprimento até o ombro, e outro loiro com tatuagens nos braços, sentados nas banquetas em frente do balcão.

Meu olhar fica fixo em Alex por alguns minutos, mas logo desvio.

Gustavo nos leva para uma mesa que fica no meio da lanchonete, na qual obviamente, a gente será visto por Alex.

— Gar... — Gustavo ia falar mas eu topo no seu braço para que pare.

— Deixa que eu mesma vou. — Ele concorda.

Estou indo em direção deles mas ninguém percebeu, estão muito ocupado gargalhando.

Fico entre o casal e Alex parece um fantasma ao me ver ali.

Claro que ele não me esperava né, está com Ana, não queria que eu descobrisse a verdade. Eles devem ter algo sério.

— Pedir licença é bom. Não está vendo que estamos conversando?

— Olá! Eu vou querer uma porção de batatas fritas com ketchup, três hambúrgueres, uma coca-cola de 2 litros, e uma pizza metade frango com catupiry e a outra metade calabresa. — Falo para a garçonete e ignoro a ridícula.

— Ou, eu falei com você. Vai dá uma de surda garota?

Eu odeio ela.

— Desculpa! É que eu não falo "vaquês". — Percebo que Alex e os outros dois tentam segurar a risada.

— Vaca é você, sua porca.

— Meça suas palavras comigo. Não quero chegar ao ponto de quebrar sua cara. — Me aproximo mais dela ficando cara a cara.

— Tenta! — Me olha com cara de deboche falso.

— Na escola que você estudou, eu fui professora. — Digo baixo no seu ouvido e a mesma engoli seco.

— Algum problema aqui, Manuela?

— Não Gustavo, tá tudo certo. — Sorrio.

Os dois ficam se encarando e se eu não tirasse Gustavo dali, com certeza Alex iria partir para violência.

Vi os seus olhos em chamas e parecia que o seu corpo iria incendiar.

Nunca tinha visto Alex daquele jeito. E Gustavo nem se fala, iria brigar por minha causa. Inacreditável!

Olho para Alex por alguns minutos mas logo volto minha atenção para Clara. Pois o mesmo também me olha.

Clara me olha com uma cara confusa, querendo saber o que acabou de acontecer. Apenas sorrio.

— Manuela você a conhece? — Gustavo questiona.

— Não. Não a conheço, felizmente. — Minto cinicamente.

Os nossos pedidos chegam e começamos a comer. Comi quase o lache todo. Típico de povo rico não gostar de comer. Não sabem o que estão perdendo.

Clara só comeu um hambúrguer, e Gustavo a mesma coisa só que mais alguma coisa a mais. Só sobrou metade da pizza que com certeza ficará aqui. Eu em, se fosse eu com certeza levaria pra casa, não vou gastar dinheiro atoa.

***

— Entra. — Diz de dentro do escritório.

— É... Eu sei que estou no meu horário de trabalho, mas será que o senhor pode me liberar por alguns minutos? — Sorrio fraco.

— Para onde pretende ir? — De patrão vai virar meu dono, só pode.

— Pretendo fazer uma visita a minha prima e uma amiga.

— Pode ir. — Volta sua atenção para o computador a sua frente.

Pego um táxi e sigo em diante. Encosto minha cabeça no vidro do carro e fico pensando em várias coisas aleatórias, uma delas é Alex.

— Você não consegue esquecer ele. Ele está preso na sua memória.

É Marilda, tem razão. Algo me prende a ele, só não sei o quê exatamente.

— O amor.

Ignoro meu subconsciente e volto a pensar nele.

Começou a chover, Ufa! Já não aguentava mais tanto calor, hoje o sol tava muito quente.

Começo a imaginar coisas impossíveis com Alex. Coisa do tipo eu e ele, tendo algo sério. Meu Deus! Viajei longe.

— Droga! — O motorista diz baixo mas consigo escutar.

— O que houve? Porque parou o carro, moço? — Pergunto aflita.

— Faltou gasolina. — Ah não, era só o que faltava.

— Tudo bem! Vou a pé.

— Tem certeza? A chuva está muito alta. — Concordo.

Desço do carro e vou pela calçada. Caminho rapidamente entre as pessoas com gurda-chuva e poucas sem, assim como eu.

Tadinho do meu celular, com essa quantidade de água, certeza que já o molhou.

Um carro preto passa por mim devagar e para. Estou agoniada. Será que é um ladrão? Um sequestrador? Ai meu Deus!
Quando o motorista abre o vidro me acalmo um pouco.

— Vem Manu, entra.

Entro toda encharcada no carro de Josh e o banco de trás fica quase todo molhado. Faço uma cara de tédio ao ver Alex do meu lado.

Olho para o indivíduo que está no banco do passageiro e fico indignada.

Aquele OlharWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu