Capítulo 23

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— Oi Laura. — Falo gentilmente.

— Oi Manu, tá doida saí assim na chuva? Para você ficar doente é com nada. Porque não pegou um táxi ou até mesmo um ônibus?

— Calma! Não é pra tanto. Bom, eu peguei um táxi, só que faltou gasolina. — Rio fraco.

— Toma o meu casaco. — Alex oferece.
São
— Não, obrigada. — Recuso.

— Deixa de teimosia que eu sei que tu quer. — É verdade, estou morrendo de frio.

Sem mais nem menos pego e visto. Mano! Até no casaco o cheiro dele está. Que cheirinho gostoso! Não devolvo mais.

Uma enorme vontade de perguntar de onde eles vêm e para onde estão indo me surge, mas não posso, não quero parecer uma patética. Poxa! É tão ruim ser curiosa.

O ar-condicionado do carro tá ligado e eu tô a ponto de morrer congelada. Mano! Está chovendo muito e tá fazendo bastante frio, e para piorar, Josh deixa essa bosta ligada. Aff!

Gosto de ar-condicionado, mas não em tempo chuvoso.

Alex parece perceber o meu incômodo e pede para Laura desligar. Irei agradecer mentalmente.

***

Acho que já faz uns trinta minutos que o ar-condicionado tá desligado e eu aqui batendo os dentes de tanto frio que tô.

Alex não se importa com a minha roupa molhada e chega mais perto de mim. Me envolve num abraço aconchegante e penso em saí de perto de si, mas não será uma ótima opção no momento.

Encosto minha cabeça em seu peito e ele me abraça com mais força. Perto dele eu me sinto segura de qualquer perigo.

— Você está apaixonada.

Ô meu Deus! Marilda sempre intrometida e chata. Só agora percebo algo... Acho que eu sou a única garota que deu nome para um "Subconsciente". Não me julguem!

Bom, eu não estou apaixonada, só sinto algo diferente. É normal, ué.

Retribuo o abraço e levanto minha cabeça olhando diretamente em seus olhos. Ele fixa o seu olhar no meu e um sorriso brota em sua boca. Não sei o que fazer. Será que eu devo fazer o mesmo?

— Vai Manu, sorria de volta.

Sorrio e ao mesmo tempo posso perceber um certo brilho nos seus olhos. O brilho que combina perfeitamente com eles.

Uma luz branca surge na nossa direção e é o flash do celular de Laura. Não acredito que ela tirou uma foto nossa, agora a minha única vontade é de matar essa garota. 

Saio do abraço e faço o que eu sei de melhor. Surtar.

— Laura pelo amor de Deus, apaga essa foto mulher. — Falo num tom meio alto. — Pra quê tu quer isso?

— Quero deixar de lembrança. Vocês se combina tanto um com o outro. Muito fofo. — Bufo.

Argh!

Alex não fala nada esse... esse... Ah, que se dane. Tanta raiva que me faz esquecer das coisas.

— Calma Manu! Não se estresse por coisa boba. — Respiro fundo.

Josh estaciona o carro e eu desço rapidamente, bato a porta com força e recebo uma bronca do mesmo. Dane-se.

O clima hoje a noite está péssimo. Além da chuva surgiu trovões forte. Espero que eu não seja a única que tem medo disso.

Corro igual uma criança até o elevador e Alex me persegue. Jesus! Se eu for cagar ele vai junto, certeza.

Ele aperta o botão do sétimo andar e em seguida fica mexendo no seu celular. Eu fico parada de braço cruzado com uma cara de tacho.

A luz começa a piscar e apagar e de repente fica tudo escuro. Ótima hora luz tu foi acabar. Meu Deus! Mais um azar para a coleção.

— Azar nada menina. É Deus querendo vós unir.

Ele se aproveita da situação e vem me beijar. Entrelaço minhas pernas na sua cintura e ele segura na minha bunda. E me encosta na parede do elevador.

Ele me beija ferozmente e deposita algumas mordidas nos meus lábios.

"O amor não começa na palavra, o amor começa no olhar. Palavras são passageiras, olhares duram a vida inteira. "

Aquele OlharWhere stories live. Discover now