Capítulo 8.2 - Não o fim, mas o começo

100 19 3
                                    


Desde que se preparou para um novo começo com ansiedade, Nicholas se adaptou rapidamente ao novo ninho. Enquanto isso, os dois filhos cuidaram muito bem do pai e se dedicaram em decorar a nova casa de uma forma habitável.

A comida era obtida através da caça e distribuição, e havia um lugar perto da casa onde podiam lavá-la, esse era um ninho perfeito para os cordilans viverem. Os dois decoraram meticulosamente a casa para seu pai, que estava em forma humana.

Em primeiro lugar, fizeram um quarto para o pai num lugar quente e seco próximo da pedra. Os espaços foram separados por uso um após o outro, e objetos funcionais usados ​​nos dias dos seres humanos foram reinterpretados e implementados de acordo com a situação atual.

A obra-prima de Dustin era o banheiro onde poderia aquecer água e se lavar dentro de casa. Embora tenha passado por algumas tentativas e erros, lembrou-se da estrutura desse objeto enquanto consertava isso e aquilo na loja de ferragens, e então pegou os materiais e conseguiu fazê-lo. Graças a ele, a forma da casa ainda era simples, mas o número de utensílios domésticos que podiam ser usados por cordilans e por humanos aumentaram um após o outro.

Claro, a vida sexual do pai não foi negligenciada. Uma coisa que mudou desde que mudaram da antiga casa, era que Nicholas quem iniciava o sexo. Os dois filhos eram chamados de um lugar para o outro desde que se mudaram participando de novas cerimônias e aprendendo novas regras.

Ambos tentaram evitar ao máximo deixa-lo sozinho no ninho pois ele já havia fugido uma vez. Mas a vida nem sempre era do jeito que planejavam. Eram da classe mais baixa que tinham que sair sempre que as classes mais altas os chamavam.

Foram reconhecidos como seres de baixa classe e tornaram-se membros dos cordilans, mas era inevitável a diferença e o destaque de suas curtas caudas. Mesmo que os outros cordilans não comentassem abertamente na frente deles, os dois irmãos estavam muito preocupados com o formato de suas caudas, que eram muito mais finas e curtas do que os dos outros indivíduos. Como resultado, tentaram ser mais produtivos para parecerem boas criaturas aos deles, e isso os levou a sair do ninho para trabalhar mais vezes.

Mesmo quando saíam da toca depois de repetidamente receberem as promessas do pai de que não iria sair imprudentemente, seus corações ficavam preocupados. No entanto, era uma sorte que os padrões de vida dos humanos e dos cordilans se divergiam a noite.

Apesar dos esforços de seus dois filhos, era completamente impossível evitar que Nicholas ficasse sozinho em casa nas horas de trabalho. Sozinho, Nicholas sentiu medo no início, mas logo começou a se sentir solitário. Por ter trabalhado toda a vida, não tinha um hobby adequado, e passar o tempo sozinho não lhe era familiar.

Ele ficava entediado demais para ficar sozinho, então o desejo de sair surgia em sua cabeça, mas quando ouvia o som de outro cordilan do lado de fora da toca, esse sentimento desaparecia. Eles não poderiam ser tão amigáveis ​​quanto seus filhos, e não eram nada menos que verdadeiros cordilans.

Embora ambos os filhos tinham vergonha de serem mutantes na nova sociedade, Nicholas adorou. Os dois eram os únicos que podiam entendê-lo como um ser humano neste novo mundo.

No início, a situação era tão desesperadora que ele se sentia realmente enojado e desejava que sua vida acabasse. Mas agora era o contrário. Nada teria acontecido sem aquelas crianças.

Nicholas começou a ficar mais obcecado por eles do que quando era humano. Agora, os dois eram os chefes da família e o apoio espiritual de Nicholas.

Foi só a partir daí que duvidou se estava tudo bem em ter esse tipo de sentimentos por seus dois filhos. Não importava o quanto olhava para trás, o medo que sentia quando pensava nos dois desaparecendo era o mesmo que sentiu quando sua esposa desapareceu.

Minha esposa?

Ele nunca tinha esquecido, mas por algum momento tinha parado de pensar nela. Mesmo que tentasse se lembrar da pessoa que amava, ele não conseguia se lembrar de seu rosto.

Ah...

Nicholas olhou para a pintura de Dustin, que ele havia fixado no meio da parede da caverna. Essa foi a única coisa que insistiu para trazer para o novo ninho.

Dustin ficou tão deprimido e menos falante devido a falta da mãe, que havia pintado esse retrato da família como uma forma de expressar sua saudade. Quando pensou que ele tinha superado essa ferida, Nicholas ficou orgulhoso e encorajou Dustin a colar o desenho na geladeira.

Apenas Logan, Nicholas e Dustin estavam na pintura.

Claro, ele não trouxe uma foto da sua esposa, e ela nem estava no desenho.

Como ele poderia esquecer a pessoa que amava, a pessoa que pensou que nunca esqueceria em sequer por um momento? Nicholas ficou horrorizado com a culpa.

Por que eu...?

Lentamente, ele revirou sua memória. Quando pensou sobre isso, não se sentiu culpado ao pensar que ela morreu antes de toda a sociedade entrar em uma crise. Desde a invasão, nunca pensou que sua esposa morta fosse uma mentira. Em vez disso, a vida de Nicholas era abalada e preenchida por seus dois filhos, e eles foram a causa de todas as suas mudanças psicológicas. Pensava e se preocupava com os dois todos os dias, e até sentia uma forte atração por eles.

A partir do momento que pensou que seus sentimentos de amor poderiam ter sido passado para os dois, seu coração começou a bater forte como quando fazia algo que não deveria ter feito. Nicholas olhou ao redor reflexivamente. Ele estava sozinho na caverna.

Ele estava nervoso porque ninguém estava lendo seus pensamentos. Então, aliviado por ser apenas uma ideia que nunca seria revelada a ninguém, soltou um pequeno suspiro.

Como ele estava sozinho, diversos pensamentos continuaram surgindo. Ele definitivamente pensou que amava os dois. Os sentimentos e a satisfação que sentiu naquele momento eram reais, pois surgiram impulsivamente durante seu relacionamento com eles.

Seu coração começou a bater forte enquanto pensava nos filhos, como se ele estivesse experimentando um novo amor na velhice.

"Ah..."

Foi doloroso. Mesmo que a aparência deles tenham mudado, ele estava tentando aceitar os dois apenas porque eram filhos, mas para ele aceitar o sentimento de amor, teria que aceitar o fato deles não serem mais seus filhos e terem se tornando indivíduos machos de uma raça diferente.

Meus filhos amados, que se tornaram monstros.

Ele poderia fisicamente permitir as relações carnais. Não são monstros, são seus filhos. Tendo uma mente humana, ele poderia perdoar qualquer ato violento que cometessem.

Ambos poderiam ser reconhecidos como companheiros. Era possível admitir que os dois eram monstros, pois se revelasse sua luxúria, mostraria que queria ficar preso nos pênis dos dois.

Seria possível amá-los mental e fisicamente pensando neles ainda como meus filhos?

CONTINUA...


Desobediência CarinhosaWhere stories live. Discover now