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O vento frio batia-me na cara com tanta força devido a rapidez que corria pelo parque de estacionamento do apartamento, mas nem isso me fez abrandar. Lágrimas salgadas escorriam-me pela cara dificultando-me ver nitidamente o caminho, fazendo-me tropeçar várias vezes em pedras que se encontravam pelo caminho. Baixava o vestido que teimava em subir ao longo do caminho. As estradas estavam desertas por ser véspera de Natal, a única coisas que se ouvia era os meus sapatos batendo rapidamente contra o asfalto da estrada. Ao longe conseguia ouvir os berros do jason chamando-me desesperadamente, mas nem isso me fez parar, estava ofegante e o meu coração batia violentamente fazendo-me ter dificuldade em respirar. Sem forças os meus passos foram diminuindo, fazendo-me cair de joelhos sobre o chão. As lagrimas não paravam de me cair sobre a cara e os soluços aumentava a casa segundo. Baixei a cara até bater contra as minhas frias pernas cansadas. O som dos seus sapatos foram se tornando mais audíveis a cada passo que ele dava para junto de mim. Os seus braços envolveram todos o meu corpo agora encolhido juntando-o ao seu.

"esta tudo bem India! Não chores." Sussurrou-me ao ouvido. "leva-me daqui! Por favor..." sussurrei desesperadamente.

Não precisei de dizer mais nada, logo os seus braços fortes envolveram o meu tronco e pernas pegando-me ao colo. Aninhei a minha cabeça junto ao seu peito e deixei-me ir para onde quer que ele me levasse. Após longos minutos a andar fui pousada no banco fofo de cabedal do seu carro. Sentiu pôr-me o cinto e em seguida dirigiu-se para o seu lado entrando. Rapidamente ligou o carro e saiu do parque de estacionamento do apartamento. As lagrimas continuavam-me a cair sem parar. Encostei a cara ao vidro como costume vendo a paisagem agora escurecida pela noite. O silêncio reinava, mas era um silêncio bom, embora sentisse que ele me queria perguntar alguma coisa. Mas não o fez e agradeço. Quando as lágrimas foram parando de cair endireitei-me no banco limpando os seus vestígios da minha cara. Quando afastei as mãos da minha cara ambas estavam esborratadas com a maquiagem que tinha deitado antes do jantar ter começado, não

precisei de pensar muito para concluir que provavelmente estaria com a cara toda borratada, mas não me importei. O carro foi parado num lugar deserto. Nenhum de nos saiu do carro, continuávamos calados, mil e uma coisas me passavam pela cabeça e estava dando em doida.

Eu tinha de lhe contar o que se tinha passado para ter reagido como reagi, eu sei que eu devia-lhe isso! Eles têm sido bastante compreensível ao que toca o assunto da minha mãe. Ele merecia uma explicação, e talvez seja a altura de contar a alguém sem ser o Tom. Ele sabia de tudo.

"No mesmo dia que descobrimos que a minha mãe era bipolar, tentamos convencê-la que deveria tomar os medicamentos, para que ela se pudesse controlar..." comecei por dizer fazendo-me voltar as cair lágrimas pela cara. Justin não prenunciou nada deixando-me continuar.

"Ela não queria, ficou revoltada e queria atacar-nos, uma enfermeira teve de lhe dar um calmante..." suspirei tentando acalmar-me

"O meu pai achou melhor nos irmos embora para casa descansar, tentaríamos convencê- la no dia seguinte. Quando eram cinco da manhã ouvi uns barulhos no andar de baixo, e levantei-me pensando que seria o meu pai que não conseguia dormir, mas logo vi qua não poderia ser quando vi a minha mãe na sala com uma das armas do trabalho do meu pai nas mãos. Ela estava com a bata do hospital, e não me parecia psicologicamente bem. Gritei logo pelo meu pai, mas isso ainda piorou quando me apercebi a arma estava apontada na minha direção. Eu supliquei-lhe para que ela não desparrasse, eu não parava de chorar, estava aterrorizada e não tinha ninguém a me proteger. Quando ouvi a voz do meu pai no cimo das escadas gritei por ele. E foi aí que ela disparou. Ela disparou contra mim, a sua filha de apenas doze anos. Ela estava com raiva de mim, quando já estava no chão coberta de sangue conseguia ouvi-la gritar que me odiava, enquanto o meu pai gritava-lhe desesperado pegando-me ao colo e ligando para uma ambulância." O Jason agarrou-me na cintura sentando-me no seu colo abraçando-me.

"Eu tive num bloco operatório durante cinco horas! Eu poderia ter morrido com uma bala no pulmão. Felizmente a bala ficou presa entre as minhas costelas. A partir desse Dia o meu pai internou-a numa clínica para pessoas bipolares e pediu o divorcio. A partir desse dia recusei-me a ter qualquer tipo de contacto com ela ." abracei o seu o pescoço e as suas mão acariciavam-me as costas.

"E se ela não mudou, ela pode nos estar a enganar a todos dizendo que está a tomar a medicação!" sussurrei

"Esquece isso por agora linda. "beijou-me a bochecha levemente. "Ela estragou-nos o Natal!" disse

"Não estragou nada. Natal é só daqui a uma hora! Ainda temos o dia de amanhã para aproveitar." Sorriu-me

"Eu amo-te!" disse olhando-o nos olhos. sorriu juntando os nossos lábios.
"Eu também te amo Indiana!"

THE PAST  that brought us togetherWhere stories live. Discover now