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23 de outubro de 2010

𝗛𝗮𝗻𝗻𝗮𝗵 𝗜𝘀𝗮𝗯𝗲𝗹

Ontem fez uma semana que o Rick foi baleado. Ele continua em coma. Por sua situação ter piorado, a companhia durante  as madrugadas foram suspensas há mais ou menos três dias. Rick só vem piorando a cada dia, o que faz meu coração se despedaçar um pouco mais todos os dias.

Estou sentada no sofá de casa, a televisão está ligada e tenho uma vasilha de frutas e mel em meu colo. Carl está na escola e Lori saiu para resolver algo no trabalho, estou sozinha em casa. Sinto o celular vibrando em meu bolso, estico as costas para sair de cima e alcanço o telefone.

— oi Rhee — digo, a boca cheia de melancia.

pelo ou menos está comendo — ele resmunga — você não me liga há quase cinco dias, Hannah Isabel Grimes, me deixou preocupado e me atende com a voz sinica dizendo "oi Rhee"?

— desculpa, coreaninho — digo, a voz calma — as coisas não andam muito boas por aqui e acabei esquecendo de te mandar mensagens ou ligar, foi mal mesmo.

Ouço seu suspiro.

o que aconteceu?

É a minha vez de suspirar.

— muita coisa, Glenn. O caso do meu irmão piorou, o hospital proibiu a gente de passar a noite com ele e reduziram o tempo de visita. Meu sobrinho está muito mal por causa do pai, chora o tempo inteiro e não quer conversar com a psicóloga que contratamos. Está tudo um grande caos.

e você, Hannah? Como o seu psicológico anda com toda essa história caótica?

Glenn me conhece muito bem, ele sabe como me sinto pois reconhece pelo meu tom de voz, então ele com certeza sabe perfeitamente que eu não estou nada bem.

— perdi ele no caminho para King County, acredita? — falo, o tom irônico. Glenn não ri, então eu suspiro — não sei falar sobre como me sinto e sabe disso.

que tal uma psicóloga para você também? — propõe, faço uma careta

— posso resolver isso sozinha, sei me virar.

certo, mas se caso você precisar de alguém para te escutar soluçar, é só me ligar e a gente resolve, ok?

Antes que eu possa responder, o telefone da casa começa a tocar.

— pode esperar um segundo? É a escola do Carl

Glenn responde um "até dois" e me levanto, indo até a mesinha que fica o telefone.

— Isabel Grimes. — atendo

Ouço a mulher perguntar a alguém quem era Isabel, depois de alguns segundos ela se pronuncia

— Senhorita Grimes, aqui é da escola do Carl. O garoto teve uma crise de choro durante a aula de ciências, a senhorita poderia vir até aqui para buscá-lo?

Suspiro, já é a segunda vez.

— chego em sete minutos.

𝗟𝗢𝗩𝗜𝗡𝗚 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗗𝗔𝗥𝗞 | 𝐃𝐚𝐫𝐲𝐥 𝐃𝐢𝐱𝐨𝐧Where stories live. Discover now