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15 𝖽𝖾 𝗃𝖺𝗇𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖽𝖾 2011

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15 𝖽𝖾 𝗃𝖺𝗇𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖽𝖾 2011

MERLE DIXON.

Toda essa merda de apocalipse, ser deixado para trás, ter sido obrigado a cortar a própria mão e perdido o meu irmão me deixa meio biruta. Mais do que eu já sou em dias normais. Mas eu encontrei um lugar seguro e pessoas que me salvaram da morte, e agora devo – literalmente, a minha vida a eles.

— Giulia, levante. – grito, dando boas porradas na porta de seu quarto. — está atrasada para a escola e hoje você tem tiro ao alvo.

Ah, é claro. Encontrei a garota do Glenn nas proximidades de uma fazenda em chamas. Estava suja de sangue e terra seca, um corte superficial no rosto e morrendo de medo e fome. A garota é forte pra caralho, sobreviveu há uma semana sozinha na floresta. E bom, pelo o que conheço a tia da pestinha eu sei que se não cuidasse dela da maneira correta, Hannah me mataria.

— eu já sei atirar e escola não ajuda em nada, seu canalha. Me deixe dormir. – ela resmungou de volta.

E é óbvio que eu não consegui mudar a maneira de falar com as pessoas. Giulia aprendeu todas as palavras ruins que existem neste planeta e as vezes até inventa alguns. Não é como se eu pudesse evitar isso.

— olhe a boca, cuzona! – a repreendi. Mas acho que não levo jeito para criar uma criança, levando em conta o pai que eu tinha. Mesmo assim, eu tento dar o meu melhor para esta garota. — cinco minutos, ou eu jogo o balde outra vez.

Posso claramente ouvir seu bufar e sei que ela está andando pelo quarto. Havia esquecido o quanto uma criança pode ser insuportável. E puta que pariu, Giulia parece ter vindo para me fazer pagar por todos os meus pecados na terra. Ela é uma boa garota, de verdade, uma brilhante garota, mas me enche a porra do saco.

O café da manhã estava servido na bancada. Suco de frutas vermelhas com torrada fresquinha e manteiga. Não sei em que momento da minha vida eu passei a cozinhar, mas pelo ou menos nao sou como o Daryl, que consegue queimar tudo que não seja caça.

A porta da frente é aberta sem cerimônia alguma, revelando meus colegas de trabalho, Martinez e Shumpert. Estes desgraçados chegam como se fossem donos do mundo, cheios de marra e moral com seus rifles laçados nos pescoços.

— fala, Merle. O patrão convocou a gente hoje, disse que tem trabalho. – Martinez é quem anuncia para a casa ouvir. O olho rapidamente e ele parece entender ao ver a garota asiática sair do quarto. — oi, Giulinha. Animada 'pra escola? – ele zomba, sorrindo para ela.

Giulia rola os olhos, passando pelos homens sem os responder, indo diretamente para a cozinha. Sorrio, pois foi o que eu ensinei. Mesmo sabendo que meus companheiros jamais machucariam a minha criança, ela precisa saber que não devemos confiar em ninguém neste novo mundo. Principalmente em homens.

𝗟𝗢𝗩𝗜𝗡𝗚 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗗𝗔𝗥𝗞 | 𝐃𝐚𝐫𝐲𝐥 𝐃𝐢𝐱𝐨𝐧Where stories live. Discover now