𝐓𝐇𝐄𝐑𝐄 𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐁𝐄 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃

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       𝕼𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐕𝐈𝐒𝐄𝐍𝐘𝐀 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨𝐮, não pode acreditar no que via

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       𝕼𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐕𝐈𝐒𝐄𝐍𝐘𝐀 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨𝐮, não pode acreditar no que via.

       Estava dentro de aposentos que conhecia muito bem. Sombrio, escuro, mórbido e lotado de artefatos de guerra, embora os objetos perfurocortantes houvessem sido retirados. Seu corpo se encontrava repousado sobre a cama que um dia já esteve assentada, antes de sucumbir-se em beijos um tanto eróticos.

       Eram os aposentos de Aemond.

       Desespero tomou seu corpo. Aquilo era um sonho. Precisava ser um sonho! Sonho não, pesadelo. Ela deveria estar agora no norte, delirando de febre, alucinado os mais terríveis cenários. Não podia ser real! Mas ao passo que as memórias do homem lhe prendendo no norte foram invadindo sua memória, a realidade foi tomando forma a sua volta de maneira terrível. Anya beliscou a si mesma, incapaz de crer que estava acordada, e quando sentiu a dor lhe invadir, o ódio urgiu junto a ela. Era verdade. Estava em Porto Real, presa no local onde seu pior inimigo, o demônio de sua vida, se deitava todas as noites.

       Ela se levantou, ainda tonta, e suas roupas ainda mantinham-se iguais as que usava quando estava em Winterfell, até mesmo com o sangue de sor Meyrrud. Cheirou a si mesma, e com isso pode perceber que não ficara apagada por muito tempo, apenas um dia, no máximo. Ela então marchou até a porta, e ao notar que esta estava obviamente trancada, começou a esmurra-la enquanto berrava nervosamente que abrissem. Sua garganta estava seca e quase ardia, na medida em que se segurava para não chorar de ódio. Esmurrou por longos minutos, talvez horas, rendendo-se ao completo desespero ao ponto de xingar os mais baixos palavrões.

       Não podia ficar ali! Sua família precisava dela, sua mãe, uma rainha destronada, necessitava do suporte de sua família para reclamar o que era seu por direito. Seus irmãos... pelos deuses, Luke! Algo ocorrera com ele, e Anya nem mesmo tivera o direito de saber o que era. Só o que possuía eram teorias terríveis, que assombravam sua mente a cada segundo que passava no desconhecido.

       Por fim, fartou-se de esperar que algum de seus raptores viessem solta-la. Foi até a janela, abrindo-a apenas para ver a vista da Árvore-Coração da Fortaleza Vermelha, completamente inóspita. Não gritou, pois sabia que ninguém ali viria em seu socorro, por isso apenas avaliou a altura, e ao fazer isso, entendeu porque foi posta ali: era muito mais alto que seus aposentos, impossível de propiciar uma queda que não fosse fatal.

       Ela estava cativa.

       A raiva lhe urgiu. Derrubou tudo que estava a sua frente: cadeiras, mesas, vidros, livros, armas, tudo. Virou o quarto do avesso, chutando móveis e madeiras enquanto rugia, decida a não deixar sobrar pedra sobre pedra. Quando nada mais havia, só o que lhe restou foi chorar. Caminhou até a janela e sentou-se sobre o parapeito, abraçando os joelhos e mirando o represeiro, emitindo um lamentar tão baixo e suave que não podia ser ouvido por ninguém de fora.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 - 𝘁𝗵𝗲 𝗵𝗼𝘂𝘀𝗲 𝗼𝗳 𝘁𝗵𝗲 𝗱𝗿𝗮𝗴𝗼𝗻Where stories live. Discover now