𓊝
𝖁𝐈𝐒𝐄𝐍𝐘𝐀 𝐕𝐄𝐋𝐀𝐑𝐘𝐎𝐍, 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐧𝐨𝐦𝐞, princesa de Pedra do Dragão e Derivamarca, era a única dentre os filhos de Rhaenyra Targaryen que não podia ser declarada como ilegítima.
𝐍ascida com a aparênci...
Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Já havia algum tempo que Visenya havia aceitado sua loucura.
Ela era apaixonada por um monstro; um ser cruel, doentio, malicioso e egoísta. Aemond não sabia desejar bem para ninguém além de si mesmo. Não sabia ser empático. Não sabia amar. Não sabia ser um maldito humano. Um dia, já teve esperanças de que o que sentiam um pelo outro o libertaria e o tornaria mais humano, mas agora sabia melhor. Não mais se iludia com devaneios tolos de ver seu marido se dobrando à razão, isso já passara em sua vida. Aemond estava além de qualquer redenção. Não enganava mais a si mesma, e para tanto, sabia que ama-lo mesmo assim era nada além de completa insanidade e demência de sua parte, talvez a única manifestação que possuía da tão famosa loucura Targaryen.
Mas quando viu Aemond recuando de sua presença, a cruel dúvida voltou a lhe assombrar.
Era ele, afinal, homem ou monstro?
Guerra lhes rodeava. O ar era seco, quente, mortal. Em baixo deles, homens trincavam espadas. Aquilo seria o fim, fôra o que Visenya pensara quando aproximou seu dragão da zona de batalha. Finalmente, a morte poria um fim naquele perverso jogo que os deuses jogavam com sua vida e a de seu marido. Hoje era o último alento, o ultimato, o fim do queimar da intensa chama... mas os deuses não estavam querendo dar as cartas finais ainda. O tabuleiro continuava, mais surpreendente do que nunca, ela pensou, vendo Aemond recolher seu dragão da presença dela, retirando-se do combate e deixando para trás um rastro de sangue que escapava da cauda de seu gigantesco dragão. Ele havia desistido da guerra que organizou. Havia deixado para trás seus ideais e até seu próprio sangue; seu irmão, seu rei, sozinho nos ares, prestes a dançar com dois dragões implacáveis. Ele havia quebrado suas próprias regras por ela. Eu te amo, a voz dele ecoava. Quando o diabo se apaixona, é a coisa mais belamente assustadora que existe, Visenya pensou consigo mesma. Ela não deveria ter fascínio. Deveria ter medo, pois ele iria até as profundezas dos sete infernos por ela.
Foi a coisa mais difícil do mundo para Anya tirar seus olhos da magnânima figura que era Aemond se afastar dali com Vhagar. Seu peito doía, seu coração retorcia. Havia tantas coisas que queria dizer para ele, tantas perguntas a perguntar. Mas não podia. Não agora.
Tinha um rei para matar.
Visenya Velaryon, fria como as águas e com olhos quentes em brasa selvagem, bateu as rédeas, indo com seu imenso e selvagem dragão na direção do combate.
