capítulo três

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O tempo se arrastou por minutos, horas, Pete não sabia dizer. Sua mente cansada mantinha evocando um cenário horrível após o outro, enquanto ele esperava para chegar ao seu destino, onde quer que fosse. O motorista tinha dito a ele para calar a boca quando Pete tentou interrogá-lo, então ele foi deixado sozinho com seus pensamentos.

Quando um adolescente, Pete pensou que tinha sua vida toda planejada. Ele ia se apaixonar por um cara legal, incrivelmente atraente na casa dos vintes que iria adorá-lo de volta, ele estaria em um relacionamento estável e sério por anos antes de se casar, comprar um lugar para criar as crianças e viveriam seus felizes para sempre. Pensando nisso o fez sorrir agora. Ele já vinte e três anos, o homem dos seus sonhos não se materializou e agora ele poderia não viver para ver o dia seguinte.

Sim, a vida era engraçada assim.

Parecia que em algum momento ele cochilou, porque a próxima coisa que Pete sabia era de que estava sendo acordado quando dois pares de mãos o arrastaram para fora do carro e o cano de uma arma foi pressionada em sua parte inferior das costas.

— Ande —  alguém ordenou.

Tonto e desorientado do sono, Pete fez o que lhe foi ordenado, piscando para o seu entorno. Eles pareciam estar no meio do nada. Ainda estava escuro, mas ele conseguia distinguir as madeiras aparecendo algumas centenas de metros de distância. As madeiras cercaram a casa que ele estava sendo meio arrastado, meio empurrado. Pete teve dificuldades para mover seus pés.

— Mais rápido, bitch — disse o mesmo bandido, empurrando-o.

Pete segurou a resposta afiada na ponta da língua e tentou andar mais rápido. Resistir era inútil neste momento. Irritar seus captores era simplesmente idiota. Havia oito deles e todos eles pareciam armados. Ele tinha que cooperar por enquanto.

Por fim, eles chegaram à casa e ele foi empurrado para dentro. Pete caiu entre suas mãos e joelhos, ofegante. Os bandidos riram, trocando algumas piadas as suas custas. Ignorando eles definitivamente, Pete ficou de pé e olhou em volta. O salão não era nada do que ele esperava. Era de muito bom gosto e elegantemente decorado, praticamente gritando dinheiro.

O som da abertura da porta chamou a atenção de Pete. Um homem alto e musculoso com características fortes e cabelo preto saiu do quarto. Os bandidos imediatamente ficaram em atenção, deixando de lado seus olhares maliciosos e zombarias. O moreno trocou algumas palavras com um dos bandidos, rápido demais para que Pete pudesse compreendê-los, mas ele entendeu que o  bandido abordou o cara como Kinn.

Por fim, Kinn voltou seu olhar para Pete. Pete encontrou seus olhos, se recusando a mostrar medo. Uma das poucas aulas que seu pai tinha perfurado nele era que nunca se deveria demonstrar medo em face da adversidade.

— O que você quer? — Pete disse calmamente. — Por que você me sequestrou?

Kinn olhou para ele.

— Eu não tenho que explicar nada para você. — ele disse, com seu sotaque muito pesado.

Seus olhos pousaram na boca de Pete por muito tempo antes dele olhar para o bandido que ele estava falando e lhe dar uma ordem curta em inglês. Se Pete entendeu bem, ele devia a ser trancado no andar de cima em um quarto cinza e deveria ser alimentado uma vez por dia até novas ordens.

Pete ficou nervoso ao ouvir isso. Ele esperava que ele iria ter, pelo menos, uma explicação.

— Por favor, você poderia me dizer alguma coisa? — Pete tentou novamente. — Por que estou aqui? Você quer dinheiro?

Os olhos de Kinn foram de novo à sua boca, fazendo com que o sangue de Pete ficasse frio. Por fim, o homem sacudiu a cabeça.

— Tenho ordens de não falar com você — disse ele e olhou para seus capangas. — Take him to the gray room.

Dois bandidos pegaram Pete e saíram arrastando Pete para cima. Pete não lutou contra eles e também não tentou falar com Kinn outra vez. O cara não era o único que dava as ordens. Ele não era a pessoa por trás do sequestro. kinn pode parecer poderoso, mas ele era um mero peão. Ele não era quem Pete poderia fazer um trato e negociar.

Se Korn havia ensinado seu único filho alguma coisa, foi que em qualquer situação desfavorável, havia sempre espaço para negociações. Qualquer situação poderia ser revertida em sua vantagem ou pelo menos poderiam ser osciladas um pouco em seu favor. No entanto, não se negociava com servos. Se negociava com o rei. E Pete estava ansioso para conhecê-lo.

cruel × vegaspeteWhere stories live. Discover now