capítulo vinte e sete

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Pete mal conseguiu dormir naquela noite, se remexendo na cama.

Ele acordou se sentindo cansado e frustrado, mas com determinação raivosa correndo em suas veias e decidiu que iria tirar Vegas Theerapanyakul da sua cabeça.

A doutora era uma mulher com olhos castanhos inteligentes emoldurados por um par de finos óculos. Seu escritório era decorado com bom gosto e ainda passava uma sensação de ser confortável e acolhedor. Pete se sentiu imediatamente à vontade quando ela sorriu e convidou ele para sentar.

Durante meia hora, ela simplesmente ouviu sem interrompê-lo quando ele contava a sua história. Ele contou a ela tudo. Não havia motivo para procurar ajuda psicológica se ele não fosse honesto. O rosto dela era moderadamente simpático quando Pete descreveu seu problema, mas, para sua decepção e confusão, ela não imediatamente concordou que ele tinha síndrome de estocolmo.

- Enquanto eu concordo que o isolamento e o desequilíbrio de poder óbvio em seu relacionamento com seu sequestrador não poderia ser saudável para você, você não apresenta o comportamento típico de alguém com a síndrome - disse ela. - Você não está dando desculpas para justificar as atitudes do seu captor. Você não acha que ele é realmente um bom rapaz. Você foi capaz de escapar. Cada caso é diferente, é claro, mas as vítimas da síndrome de estocolmo normalmente não querem nem ser resgatados. - Seus olhos não tinham nenhum julgamento quando ela acrescentou suavemente. - Quanto ao desequilíbrio de poder, eu entendo que resultou da suas preferências sexuais, não é?

Pete só podia gaguejar e corar.

Ele nunca tinha realmente discutido suas fantasias sexuais e fetiches com qualquer outra pessoa além de Vegas e estar falando sobre eles com uma mulher que era da idade de sua mãe era meio constrangedor.

- Você usou palavras de segurança? - Disse ela. Mordendo o lábio, Pete assentiu. - Por que você acha que ele te deu palavras de em vez de fazer o que ele queria?

Pete deu de ombros.

- Ele me disse que não gostava de abusar de ninguém e eu acredito nele. Contudo, ele provavelmente também queria me faz confiar nele.

Ela sorriu.

- Isso é o que quero dizer, Pete: você é capaz de ter o pensamento crítico quando se trata de seu sequestrador. Você questiona seus motivos, em vez de confiar nele sem gestações. Isso é muito bom. Isso é saudável.

Pete se encolheu um pouco.

- Mas eu confiava nele, pelo menos na cama. Ele me fazia se sentir seguro o suficiente para ... - Sua pele aqueceu.

Yok não parecia perturbada em tudo.

- Para interpretar que não queria com ele?

Pete nunca se sentira tão mortificado em sua vida.

- É...

O olhar que Yok mostrou a ele foi gentil e um pouco divertido.

- Não tenha vergonha, não é nada que eu não tenha ouvido antes. Uma grande parte do tempo, as fantasias das pessoas estão fora dos limites do que eles acreditam que devem sentir, fora do que eles acham que é normal. O seu fetiche é realmente uma das fantasias sexuais mais comuns entre homens e mulheres. Todos eles consentiram, então não há nada de errado com essa interpretação. - Ela fez uma pausa, olhando com calma. - O fato de que você se sentiu seguro o suficiente com seu sequestrador para fazer isso não indica um grau de uma confiança que as pessoas não têm. Você pode explicar a razão pela qual você confiava nele?

Pete deu de ombros, procurando as palavras.

- Eu-eu não sei. Ele me assustou no início, mas ele também era... diferente de seus homens. Eu sempre fui um bom juiz em analisar caráter. Eu posso dizer que ele estava de cabeça fria o suficiente para não recorrer à violência física sem uma boa razão. - Ele passou a mão pelos seus cabelos indomáveis. Ele não tinha os endireitado naquela manhã. Ele ainda não tinha certeza do porquê. Limpando a garganta, ele continuou: - Antes dele me ver, os guardas meio que me usaram como um saco de pancada quando ficavam bêbados. Ele colocou um fim nisso e me transferiu para um quarto confortável, me deu comida e todo o resto.

cruel × vegaspeteWhere stories live. Discover now