cruel × vegaspete

capítulo trinta e quatro

- Você está diferente - disse Porsche, olhando para ele do outro lado da mesa.

Pete deu de ombros e enfiou a mão na salada, se recusando a ficar envergonhado sobre sua camisa colorida de ursinhos. Se alguém achava que ele parecia extravagante, não era problema de Pete. Ele estava cansado de se sentir constrangido sobre quem ele era. Ele se sentia bem com essas roupas. Essa era a única coisa relevante.

- Mano - Porsche disse cautelosamente. - Será que aquele homem está obrigando você a se vestir assim?

Pete piscou.

- O quê?

Percebendo que Porsche estava realmente falando sério, ele começou a rir. Ele sabia que Porsche não tinha sido exatamente surpreso quando Pete lhe tinha dito que ele estava vendo Vegas, mas Pete não tinha percebido a extensão disso.

Era a primeira vez que eles estavam juntos em quase um mês.

- Ei, não é engraçado - disse Porsche. - Estou preocupado, seu idiota. Primeiro você começa a transar com o cara que te sequestrou por meses e agora você está mudando por causa dele.

- Eu não estou mudando por ele - disse Vegas com um sorriso torto. - Esse é quem eu sou. É o que eu sempre fui. A única coisa que mudou foi... ele me ajudou a ver que não havia nada de errado comigo. Eu já não sinto que tenho que esconder isso.

As sobrancelhas de Porsche se juntaram e seus olhos foram preenchidos com confusão.

- Mas por que você não disse nada antes? Você acha que eu iria te julgar?

Pete encontrou seu olhar.

- Me lembro de você me dizendo o quanto você não gostava de exuberância e a feminilidade daquele nosso colega.

Porsche corou.

- Eu não gostava dele, porque ele me lembrava do meu namorado. Eu não achava nada sobre ele ruim de verdade, mas tudo isso me irritava.

Eles compartilharam um olhar divertido antes que Porsche ficar sério.

- Eu realmente não me importo, você sabe disso, certo? Me desculpe se eu te dei essa impressão. -Ele sorriu um pouco. - Você pode usar uma saia e eu sempre te amarei, Pe.

Revirando os olhos, Pete o chutou debaixo da mesa.

- Eu não faço cross-dressing. Eu só gosto de coisas bonitas e eu decidi que não vou me importar se algumas pessoas de mente fechada acharem que é estranho ou afeminado. Os estereótipos de género são estúpidos, de qualquer maneira. Estou feliz do jeito que eu sou.

- Você parece feliz.

Pete sorriu, pensando nos últimos meses.

- Porque eu sou feliz.

Porsche olhou-o pensativo.

- Você está falando sério sobre ele, não é?

Pete encontrou os olhos do amigo.

- Eu nunca estive mais sério.