capítulo treze

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O que está acontecendo?

Pete pensou, atordoado enquanto ele estava sob o chuveiro, deixando a cascata de água cair nele.

Até o momento em que ele desligou o chuveiro, se sentindo limpo e atualizado, ele voltou a si das loucuras que pensava sobre Vegas mais uma vez. Ultimamente sua própria mente o assustava.

Negando com a cabeça, Pete puxou a tela de chuveiro de lado e parou.

Vegas virou a cabeça do espelho. A mão que estava aparando a barba ficou imóvel enquanto seus olhos se concentraram no corpo nu, molhado de Pete.

Pete deu alguns passos para a frente e parou, controlando o desejo insano de pressionar seu corpo contra o de Vegas.

Que porra é essa, a sério.

Um segundo passou antes que Vegas voltar a olhar para o espelho e voltou a terminar a tarefa que fazia com as mãos. Ele já estava parcialmente vestido. Parecia que ele iria sair.

- Você está encharcando o chão - disse Vegas, enxugando o rosto com uma toalha.

- Eu não tenho nada para vestir.

Vegas voltou para seu quarto.

- Venha aqui - ele gritou quando Pete não se mexeu.

Sentindo um pouco envergonhado sobre sua nudez, Pete fez o que lhe foi dito. Vegas caminhou em direção a ele, com uma camisa consideravelmente modelada em suas mãos.

As sobrancelhas de Pete franziram.

A camisa era elegante e parecia cara, mas ele não podia imaginar que pertencia a Vegas.

- Ela não se parece em nada com algo que você usaria.

- Porque não é - disse Vegas. - Foi um... presente - Ele o olhou e entregou a camisa para Pete. - Vista.

Pete vestiu. Quando ele terminou de abotoa-la, ele se virou para o espelho e encarou.

Ele mal reconheceu ele. Fazia anos desde que ele se permitiu usar algo tão bonito e colorido. Ele parecia... diferente, especialmente com seu cabelo molhado e despenteado.

Acariciando o tecido macio e sedoso, Pete se encontrou esboçando um leve sorriso em sua reflexão. Porém, ele congelou em seus lábios quando percebeu que Vegas estava olhando para ele.

Pete deixou cair sua mão e tossiu.

- Eu pareço muito afeminado.

- Isso é uma coisa ruim? - Disse Vegas.

Pete deu de ombros, sem saber. A conversa do outro dia ainda estava fresca em sua mente. Ele ainda não sabia como ele se sentia sobre isso. Racionalmente, ele sabia que Vegas tinha razão: não havia nada de errado com isso. Não o fazia, ou a qualquer outra pessoa, uma aberração. Mas saber algo racional e crer em seu coração eram duas coisas diferentes.

Exceto que a conversa tinha mudado alguma coisa.

Você não tem que ser viril comigo. Você não tem que ser qualquer coisa. Você pode ser o que você quiser. Sou o último homem que pode julgar alguém.

Ele não tinha certeza se acreditava em Vegas, porém não se sentia acanhado em usar algo parecido como isso na presença dele. Ele não se sentia errado. Pete não conseguia parar de olhar para ele no espelho, fascinado por quão diferente ele estava parecendo. Ele não parecia chato. Ele parecia... bonito. Ele se sentiu bonito e interessante.

- Você está bonito.

Calor chegou às suas bochechas e Pete olhou para Vegas, de olhos arregalados. Não havia margem de zombaria na voz dele, seu tom era matéria-de-fato. Ele tinha sido elogiado por sua aparência muitas vezes, mas essa pareceu diferente. Vegas não parecia o tipo de dar elogios livremente.

cruel × vegaspeteWhere stories live. Discover now