capítulo quinze

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Vegas quase não prestou atenção para o relatório de Kinn enquanto caminhava em direção ao seu quarto. Ele estava exausto depois do voo e tudo que ele queria era sua cama.

— Mais tarde, Kinn — disse ele, socando o código no teclado e empurrando a porta aberta.

Ele não acreditou na visão que o cumprimentou. Pete estava deitado em sua cama, rindo de algo na tv, seu cabelo bonito em desalinho, e suas covinhas emoldurando suas bochechas. Ele estava vestindo uma camisa violeta que Vegas nem sabia que possuía algo naquela coloração, que ia até as suas coxas.

— O que você está fazendo aqui? — Vegas se ouviu dizer.

Pete virou a cabeça e olhou para ele, com seu sorriso desaparecendo. Antes que o menino pudesse responder, Kinn, que ainda estava atrás de Vegas, interrompeu apressadamente:

— Olha, eu disse ao pirralho para sair, mas ele não me obedeceu e...

— Saia — disse Vegas com seus olhos em Pete. Franzindo os lábios, ele se sentou mas Vegas continuou: — Eu estou falando com você, Kinn. Você está dispensado.

Um momento se passou antes que Kinn assentisse e saísse. Vegas entrou, deixando a porta fechar sozinha e o bloqueio a envolver.

Eles estavam sozinhos agora.

Pete levou o seu olhar de volta para o aparelho, olhando para ele com um grande interesse. Vegas seguiu seu olhar e só então percebeu o que Pete estava assistindo.

— Você está assistindo desenho animado — Vegas disse categoricamente.

Ele largou a mala na cadeira e começou a desabotoar sua jaqueta, mas seu olhar voltava para o rapaz ainda deitado em sua cama. Sua camiseta era muito grande em Pete, deixando seu pescoço cremoso e sua clavícula exposta. Apesar da exaustão de Vegas, seu pau se contorceu e começou a engrossar. Ele rangeu os dentes, irritado como seu corpo reagia a Pete todas as vezes.

— Eu amo desenhos animados. — Pete disse levemente.

Vegas notou que a sua mão estava segurando o edredom.

— Você ama desenhos animados. — disse Vegas. — Você é um filho do Saengtham de verdade?

— Não seja tão ignorante — disse Pete, mantendo os olhos na tela. — Todos nós temos uma criança interior em nós. Eu amo crianças e amo desenhos animados. Eles podem nos ensinar lições valiosas. — Ele sorriu um pouco.

Ele estava sendo ridículo. Saengtham não poderia ser pai desse menino estranho.

— Eu tenho um afilhado — Pete disse, quebrando o silêncio. — e adoraria ter meus próprios filhos um dia.

— Você? — Vegas não se preocupou em esconder sua diversão.

Pete finalmente arrastou os olhos da tela para olhar para ele. Um gatinho descontente, de fato.

— Sim eu. O que é tão engraçado?

— Você não cuida nem de si mesmo — disse Vegas, olhando ele cabeça aos dedos dos pés descalços.

— As aparências enganam — disse Pete, ruborizando. — Pois saiba que eu sou muito bom com os bebês. E sempre foi o meu sonho ter uma família grande com muitas crianças. — Ele hesitou antes de acrescentar: — E um marido amoroso.

Vegas sentiu seus lábios se curvarem em desgosto.

— O quê? — Disse Pete, levantando seu queixo. Ele desligou a TV. — Você acha que há algo de errado em querer tudo isso sendo gay?

— Problema em você ser gay? Pessoalmente, eu nunca entendi muito, mas eu não me importo como as pessoas gozam. É bem diferente. — Vegas afrouxou a gravata. — Eu só não vejo que é muito natural querer ter uma família com outro homem.

cruel × vegaspeteOnde histórias criam vida. Descubra agora