capítulo vinte e três

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— Porra! — O namorado de Porsche gritou de frustração na TV quando o seu time não conseguiu marcar um gol mais uma vez.

Porsche escondeu o sorriso no ombro dele.

Ao contrário de seu namorado, ele não tinha um amor por futebol, mas se divertia muito vendo suas reações durante qualquer partida. Ele só não tinha coragem de admitir em voz alta.

O sorriso de Porsche desapareceu quando ele avistou Pete jogado no outro sofá.

“Jogado” era definitivamente a palavra errada para descrever a forma como seu amigo estava sentado: Pete parecia desconfortável e sem ânimo. Não era a primeira vez que Porsche tinha notado isso desde que Pete tinha contado pra casa, no entanto, ele não podia dizer o motivo real para esse comportamento. Não era como se ele parecesse realmente infeliz, porém simplesmente havia algo que brilhava diferente sobre ele às vezes.

Porsche mordeu o lábio.

Ele tinha pensado que oferecer um emprego em sua empresa familiar distrairia a cabeça de Pete do que possa ter acontecido com ele. Mesmo que parecesse ajudar e que Pete estivesse claramente feliz em fazer o que era bom sem depender de seu pai e das coisas sujas que estavam por baixo disso, Pete não era mais o mesmo.

Porsche não sabia o que fazer para que ele voltasse a ser como antes. Ele resolveu dar a Pete algum espaço, pós não queria pressioná-lo até que ele estivesse pronto para falar. Contudo, o momento nunca chegou e já fazia três semanas que ele tinha chegado e Pete apenas fingia estar tudo bem e ignorava tocar no assunto. Era como se... como se algo grave tivesse acontecido com ele. Algo que Pete não queria pensar ou falar.

Porsche estremeceu e se aconchegou mais perto do namorado, inalando seu cheiro familiar.

Ele virou a cabeça para Porsche.

— Che?

Porsche apontou com seus olhos para Pete e sussurrou:

— Você consegue perceber também, né? — O olhar do namorado deslocou para Pete e ele assentiu. — Você acha que algo aconteceu enquanto aquelas pessoas estavam com ele? — Disse Porsche, cuidando para manter a voz baixa.

Seu parceiro franziu a testa.

— Che, criminosos o manterem refém por dois meses. Definitivamente não devia ser algo confortável. É natural que ele venha a parecer um pouco para baixo.

— Você tem razão — disse Porsche, mas ele não estava convencido.

Pete era a pessoa mais positiva e otimista que tinha conhecido. Ficar preso por dois meses por sei lá quem não dia ter o afetado de tal forma. Além do mais, se não tivesse acontecido algo grave, ele não entendia a razão pela qual Pete não conversava sobre.

— Eu quero tentar falar com ele novamente — disse Porsche.

O namorado olhou para ele antes de concordar.

— Se isso vai fazer você se sentir melhor —  disse ele, beijando o canto da boca de Porsche e então o outro. — Não é culpa sua. Você sabe disso, certo?

Porsche enterrou o rosto na curva do pescoço dele e se aninhando nele.

— Sim — ele disse, sem muita convicção.

Logicamente, ele sabia que era improvável que ele poderia ter evitado o sequestro de Pete, mas havia uma parte dele que ficava imaginando o que teria acontecido se ele tivesse arrastado a sua bunda da cama e insistisse em acompanhar Pete naquele encontro maluco.

Se ele estivesse bem, ele teria feito isso.

Todavia, ele se sentia tão merda sem o namorado que ele não se importava o suficiente. Ele deveria ter sido um amigo melhor. Ele e Pete sempre apoiavam um ao outro e tinham muito poucos segredos. Era por isso que o fato de que Pete não se abria o preocupava.

cruel × vegaspeteDove le storie prendono vita. Scoprilo ora