CAPÍTULO 4

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Conversa boba

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Conversa boba

As ruas estão pouco movimentadas. Mas, apesar de ser Eterday - último dia da semana -, algumas pessoas ainda trabalham pela manhã. Emily e eu percorremos a cidade conversando, brincando de imaginar a vida de quem passa por nós. Como o homem que atravessa a rua com o telefone colado ao ouvido. Ele discute com a pessoa do outro lado da linha e não parece nada feliz.

- Acho que seu nome é Tom - sugiro. - É advogado e está falando com a secretária que não quer mais transar com ela.

- O quê?! Você acredita mesmo que esse cara transa com alguém além da esposa? - Emily soa incrédula.

- E você acha que ele é casado?

- Bem, ele parece um daqueles caras com quatro filhos e uma esposa que só casou-se com ele para sair da casa dos pais.

Dobramos a esquina da Spring Way com a Fourth Street.

- Para mim, ele é divorciado, a ex-mulher o odeia e seus dois filhos, uma menina e um menino, acham que ele é um fracassado.

- E por que a secretária estaria interessada nele?

- Ora, ele ofereceu um aumento.

Emily ri.

- Amanda, você é má - decreta.

Paro na frente de uma casa com faixada branca e um lindo jardim, invadida por um sentimento de nostalgia.

- Espera um pouco.

Vou até a varanda. Emily me segue.

- Quando você acha que ele vai voltar? - ela pergunta, sentando no banco ao lado da porta.

- Não sei. Espero que seja em breve. Da última vez que nos falamos ele disse que ninguém está interessado em alugar o imóvel para temporada. Ele está gastando muito dinheiro com a manutenção interna e os cuidados com o jardim. A Sra. Wolff está lucrando e tanto com o intercâmbio do Grey.

Desço os degraus e vou em direção às damas-da-noite. Toco uma flor delicadamente, sentindo o perfume que exala.

- Por que não podemos ter todos que amamos por perto? - pergunto com a voz já embargada.

- Os deuses não são justos e gostam de nos pregar peças. Eles colocaram Grey na sua vida quando você precisou de um amigo e o tiraram porque é o que fazem.

- E agora? Não estou precisando de um amigo?

Ela dá de ombros.

- Como já disse inúmeras vezes: os deuses são cruéis!

- Estou começando a pensar assim também. Eles me roubaram meus pais e me deram Grey. Depois o levaram para longe quando encontrei o amor. E até isso me foi tirado. E o que eu ganhei? Solidão.

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