CAPÍTULO 5

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Um jantar para idiotas

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Um jantar para idiotas

Leo é um bobo. Ele nos convidou pra sair com a única intenção de nos usar para causar ciúmes numa garota que conheceu pela internet. Ela é linda, seus cabelos são volumosos e brilhantes. O tom laranja combina com suas feições delicadas e o sorriso frouxo. Com uma voz que parece talheres de prata tilintando, ela disserta alegremente sobre sua ancestralidade irlandesa.

- A vovó Kira conta histórias da infância na Ilha Esmeralda sempre que a família se reúne. Eu nunca pude conhecer Dublin, então, tenho que me contentar com histórias.

- Então você é americana mesmo? - questiona Emily.

- Sou. Nasci e cresci numa cidade ao leste daqui. Mas vivia num bairro muito irlandês e queria conhecer o mundo lá fora.

- E, por isso, você veio pra cá? - intervenho, com uma risada sarcástica. - Uma cidade pequena e cheia de gente doida e paranóica?

- Na verdade, não.

Ergo a sobrancelha, desconfiada. Com o canto do olho esquerdo noto que a expressão de Emy reflete a minha.

- Explica para elas - Leo incentiva a garota.

- Fugi de casa aos catorze anos e fui parar no Brooklyn.

Espantada e de queixo caído, ouço Emily soltar um palavrão.

- Você é maluquinha, hein - diz Emy. - Sair de um lugar tranquilo para ficar cercada de sobrenaturais. Uau!, Amanda não é a única louca nessa cidade.

Todos riem.

- Eles não são ruins como todos pensam.

- Está os defendendo? São estranhos e assustadores - digo, lembrando-me do sonho recorrente com o lobisomem.

- Você nunca saiu daqui, não teve a oportunidade de conhecer um sobrenatural. Não pode julgá-los com base no que dizem por aí. As pessoas de Evelyn City são mais preconceituosas do que pensei.

- Eu, não, Valery - Leo se defende.

Ela sorri. Emily faz cara feia.

- Então, já que os conheceu, conte-nos como eles realmente são - peço antes que minha prima proteste.

- São... normais. Sobrenaturais se apaixonam, constituem família, morrem. Alguns trabalham. Outros, são artistas. Eles são como nós. O que os diferencia é que não ficam falando coisas ruins sobre humanos, aqueles ditos "normais".

- Mas - murmuro - e as gangues?

- As gangues, nada mais são, do que vítimas da crueldade humana que se unem para lutar contra o sistema. São seres, que não sentem-se vivos, tentando sobreviver.

O silêncio recai sobre todos. Quase posso sentir o próprio ar. Valery volta a falar.

- Eu tava quase conseguindo entrar em Manhattan quando tudo aconteceu. Eles me pegaram. Vocês sabem como é a burocracia para provar que é humano. - Ela nos observa em expectativa. - Não, não sabem. Então, eles acharam que eu era uma metamorfa disfarçada. Queriam fazer testes em mim. Ouvi uma mulher chorando. Ela gritou meu nome. Quando me virei, minha mãe estava lutando contra os guardas que tentavam impedi-la de ir ao meu encontro. Bem, a história é essa. Depois de confirmarem minha suposta humanidade, fomos liberados. Mamãe ficou com tanto medo de acontecer alguma coisa comigo caso eu fugisse novamente, que cedeu quando eu sugeri que morássemos aqui. Porém, tivemos que fazer um acordo. Eu teria que esperar até fazer dezesseis anos para mudar de cidade. Então voltamos ao nosso bairro irlandês.

CORAB 1Där berättelser lever. Upptäck nu