CAPÍTULO 10

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Objeto sexual

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Objeto sexual

A campainha toca quando estou passando perfume. Sorrio para o reflexo no espelho e giro no meu próprio eixo, admirando-me com a nova blusinha lilás e as leggings pretas de sempre.

Saio do quarto num rompante e chego na sala com o coração já acelerado, martelando nas minhas costelas. Abro um sorriso largo para o único ser vivo que sou capaz de enxergar neste segundo.

Em pé próximo à porta, um jovem alto e forte está à minha espera. Ele dá um passo à frente, retribuindo o sorriso. Os braços musculosos se abrem convidativos quando me aproximo. Ele me abraça como se fôssemos amigos. No entanto, somos mais do que apenas amigos. A sensação de seus bíceps ao meu redor fazem minha pele arder em brasa nos lugares em que entra em contato com a sua. Minhas narinas se dilatam ao inalar o aroma masculino e selvagem que emana dele.

O abraço termina quando seus olhos azuis buscam os meus e ele sorri novamente. Seu sorriso é cálido e me diz coisas que palavra alguma pode expressar.

- Oi, Amey - sussurra.

Trocamos um beijo casto - afinal, minha família nos assiste -, e nos olhamos intensamente pelo que parece uma breve eternidade. O silêncio me permite ouvir as batidas irregulares de um coração ainda frenético que pula no meu peito. Mas é impossível saber minha frequência cardíaca quando as mãos que seguram as minhas - essas mãos que tantas vezes percorreram cada curva do meu corpo deixando um rastro elétrico - pertencem a Jason.

- Senti sua falta - sussurro em resposta.

Ouço alguém pigarrear e nos viramos ao mesmo tempo.

Tio Jeff ergue-se de seu lugar na poltrona do canto e cruza os braços diante do corpo.

Seu semblante sério é como cócegas para mim. Preciso fazer um certo esforço para não rir.

Meu namorado aperta minha mão. Sei o que quer dizer, está louco para matar a saudade. Devolvo o aperto, a vontade é recíproca.

Sentada no sofá, Emily ri o mais indiscreta que pode. Tio Jeff a fuzila com seu "olhar severo" e ela empertiga-se no mesmo instante. Vinda do corredor, tia Carlie se aproxima do marido e passa um braço em torno de sua cintura. Como eu, segura heroicamente o riso.

Imito a expressão engraçada de meu tio, fazendo-o piorar ainda mais a careta. Jason abaixa a cabeça e abre lentamente um sorriso. Todos trocamos olhares e começamos a rir.

- Sabemos que você não assusta ninguém, amor - diz tia Carlie. - Muito menos o Jason.

- Estou só brincando, querida.

- Certo - Emily pondera. - Foi divertido.

- Traga minha sobrinha de volta depois da vigésima segunda hora.

Às vezes parece que meu tio tem medo da Hora Negra - entre o pôr do sol e o surgir da lua. Eu não tenho. As coisas ficam interessantes de se ver quando dependemos exclusivamente da iluminação de fábrica por uma hora inteira. Escuridão total me fascina, é a luz que devemos temer. A luz cega, mostra o lado feio de tudo e me deixa paranoica.

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