Ela é apenas uma humana assustada que vive entre sobrenaturais. Mas e se ela descobrir... que não é humana?
AVISO: O Wattpad está com um bug que bagunçou um pouco alguns diálogos. Mas não acho que vá interferir muito na leitura.
NÃO é uma fanfic. É...
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"O psicanalista"
Cansada por estar fazendo muitas coisas ultimamente, dormi pouco e cheguei à minha consulta com uma cara horrível. Sei disso porque a recepcionista me olhou espantada.
A festa de ontem foi, definitivamente, o ápice do meu verão. Achei que apenas teria meu namorado de volta - e tempo para ler -, porém, mais do que isso, consegui um emprego e vi minha prima dançando com o cara que ela gosta. É, acho que as coisas estão bem melhores do que antes. Não tenho tido pesadelos, não acordei machucada e nem chorei sem motivos.
Sinto que minha vida está passando por mudanças. Ainda não sei se isso é bom ou ruim. Não estou acostumada a sair da rotina. Talvez eu até goste de coisas monótonas. A mudança é algo que sempre me assustou. Parece dificultar tudo.
O homem loiro à minha frente discorda. Ele não para de repetir que preciso me mexer mais, fazer coisas novas.
- O trabalho na confeitaria já é um grande passo - ele diz. - Você só precisa sair um pouco da sua zona de conforto. Conhecer pessoas novas e fazer algo realmente grande.
Me questiono mentalmente como eu poderia fazer algo grande com apenas dezesseis anos. Tipo, sério, Dr. Jones? Quer que uma adolescente encontre a cura para uma doença rara ou salve as pessoas da constante ameaça sobrenatural? Não sei se eu seria capaz de derrotar algo que provavelmente é mais forte do que eu. E se eu tivesse que matar uma daquelas coisas? Caramba! Sinto-me incapaz de fazer algo assim.
Sou tomada pela vontade de rir histericamente como fiz cinco semanas atrás no meu quarto, mas me contenho. Eu não conseguiria cometer homicídio contra um sobrenatural. Pareceria injusto pelo fato de serem tão inferiores.
- Está muito distraída, Amanda. Posso saber no que está pensando?
Olho para ele.
- Não é uma boa ideia - respondo e novamente desvio o olhar para o chão.
- Por qual motivo? Ideias homicidas outra vez?
Dou de ombros, mas recuso-me a encará-lo.
- Sabe que faz mal guardar seus pensamentos somente para si. Não pode ficar calada durante toda a consulta.
Rendendo-me ao medo de explodir, digo tudo o que aconteceu desde o mês passado. Coisas que escondi dele nos outros encontros, que não pude compartilhar com Jason ou Grey porquê não poderia falar ao telefone e que ninguém ao meu redor acreditaria. Apesar de saber que o senhor Jones provavelmente não vai acreditar, desabafo mesmo assim. Acho que o que importa realmente é colocar para fora toda essa angústia que tem me afligido nos últimos tempos. Eu não suportaria nem mais um dia guardando isso.
