CAPÍTULO 14 - POV GREY

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De volta ao lar

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De volta ao lar

Quando as rodas do avião tocam a pista de pouso, um misto de sensações invade o meu peito. Dor. Tristeza. Saudade. Nojo de mim mesmo por fugir, ao invés de apenas enfrentar o sentimento; derrotá-lo e jogá-lo no fundo da minha mente, onde ninguém possa ver. Medo, de ser incapaz de vê-la sorrir sem derreter. Também sinto amor e acolhimento por estar de volta. Esse é o lugar que escolhi chamar de lar, é onde está meu coração.

A alegria do retorno - e do, em breve, possível reencontro - é ofuscada pela constatação de que nunca a terei como quero. Para ela sou apenas um irmão mais velho, apenas seu melhor amigo.

Forço um sorriso no rosto ao avistar meus pais, que me aguardam na sala de embarque e desembarque. Candice, ansiosa como é, estica-se à minha procura no aeroporto lotado. Abre um largo sorriso e acena freneticamente quando me vê.

- Mamma - digo ao me aproximar e soltar as malas, preparando-me.

Ela corre e se joga nos meus braços.

- Figlio - soluça, beijando meu rosto.

- Mamma - repito.

Ela agarra meu pescoço, forçando-me a olhar para baixo. Seus olhos verdes brilham, avaliando-me.

- Está abatido - afirma. Olhando por cima dos ombros: - Veja só, Francesco.

- E mais magro - completa meu pai.

Balanço a cabeça em negação.

- Vocês continuam os mesmos.

Mamãe sorri enquanto ajeita meu cabelo atrás da orelha.

- Não poderia mudar na idade em que estou. - Faz um muxoxo.

- De novo com essa história de que está velha?

- São quase cinquenta anos, figlio - diz arrastando-me até a saída do aeroporto. - Estou cheia de fios brancos. Aliás, precisa cortar o seu cabelo. Está muito longo, não é, Francesco?!

Meu pai concorda e dá uma risada.

- Nosso garoto não sabe se cuidar.

Durante todo o caminho até minha casa, mamãe tagarela sobre minha irmã e meus sobrinhos. Ela aproveita a oportunidade para me alfinetar com o assunto "garotas". Parece que todo mundo quer me ver desencalhar. Até o meu tio Ignacio tentou me unir à filha dele quando o visitei em Chianti. Parei de ir à sua casa porque o velho queria me forçar a comer os preparos da moça. Pelos deuses! Foi uma tortura ficar lá quando na verdade eu queria estar com a minha Amanda.

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