CAPÍTULO 21 - POV GREY

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Coração partido

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Coração partido

Estou terminando de fazer o café quando o telefone toca - eu sei, não é hora de me envenenar, mas o almoço sairá daqui a três horas e preciso de uma boa dose de energia. Desligo a cafeteira, presente do meu primeiro salário como barman na boate Hunger Beer, onde meu mundo ruíu há exatamente um ano atrás.

Acaricio Lennon, que está ronronando preguiçosamente na minha bancada, e vou até a sala com a xícara fumegante numa mão, logo pegando o telefone com a outra. Atendo sem prestar atenção ao nome que fez a chamada e tomo um gole da bebida amarga.

Do outro lado da linha, a voz macia da pequena Emily chama meu nome com tom de choro.

- Emily? - Paraliso o movimento de levar a xícara novamente à boca.

- Você sabia se Amanda estava planejando fugir com o Jason?

Engulo seco. Não esperava que me perguntasse isso.

- Não - digo rouco.

Ela funga.

- Eles sumiram. Mas não faço ideia s...

Não ouço o final da frase. Tudo o que consigo ouvir é o som da xícara atingindo o chão e se espatifando por todos os lados. O telefone cai da minha mão logo em seguida. Observo em silêncio o líquido quente se espalhar pelo carpete. Algumas gotas tocam meus pés descalços, mas sou incapaz de sentir a dor da queimadura.

Meu coração está dilacerado, quebrado em mil cacos e mais destruído do que a xícara poderia estar.

Então é assim a dor da decepção?

Caio de joelhos na pequena poça que se forma e recupero o aparelho, ouvindo Emily perguntar se estou bem.

Reúno fôlego para responder.

- Chego aí em menos de cinco minutos. - E desligo.

Cubro o rosto com as mãos. Meus ombros tremem com o choro que inicia.

Lennon, que suponho ter acordado com os objetos caindo, se aproxima e esfrega o rabo em mim. Levanto ele até a altura do meu rosto.

- Ela foi embora, Len. Fugiu com aquele cara que não merece um sorriso sequer da minha bella.

Parecendo compreender minhas palavras, o gato encosta a pata na minha bochecha úmida e mia baixo.

- Eu sei, Len, vou superar essa decepção um dia. - Recosto o pequeno animal no meu peito. Sinto sua língua lamber o café que respingou na minha camisa. - Mas não hoje.

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Quando cheguei ao destino, há alguns minutos, Emily me recebeu com os braços abertos. Incerto de como reagir, apenas a abracei e deixei que seus cabelos claros caissem sobre os músculos tensos de meus membros superiores.

Ela desfez o abraço e me encarou com os olhos azuis inundados de lágrimas.

- Não acho que a polícia consiga encontrá-los. Você pode me ajudar? Eu nunca saí de Evelyn City, mas você conhece o mundo lá fora e é o único que conhece o coração dela e se importa em procurar.

Abri a boca para responder, mas um investigador nos interrompeu e me fez perguntas sobre Amanda. Depois disso não consegui ficar à sós com Emily para dizer como posso ajudá-la.

No momento estou de pé à janela de Amanda, com vista para a rua. Não há um sinal sequer de arrombamento e quase todos os pertences dela estão aqui. Se ela não fugiu com o namorado, algo muito errado está acontecendo. Como podem os dois terem sumido num intervalo de tempo tão próximo e em lugares tão distantes entre si? Algo não se encaixa e eu pretendo descobrir o que realmente aconteceu.

De acordo com Emily, sua primeira sugestão foi que a prima teria saído para correr escondida. Porém, se isso for verdade, ainda resta a dúvida de como e porquê Jason desapareceu. Os amigos dele disseram à sra. Smith que o mesmo deixou a academia de boxing antes da trigésima hora, o que não bate com as informações do sumiço da minha bella.

- Merda! - Meu punho direito acerta a parede ao lado da janela, deixando uma marca disforme onde os dedos fechados bateram. Recosto a testa no local e suspiro. - Perché è fuggita? Che diavolo sta succedendo, dei?

- O que disse?

Olho para a entrada do quarto. A mãe de Emily está parada com o semblante preocupado e confuso.

- Apenas clamando aos deuses que iluminem os caminhos dela - minto, referindo-me àquela que vive em meus sonhos. - E ele também.

- Ah. Você acha que eles saíram da cidade juntos? - questiona.

Meneio a cabeça. Não sei o que pensar à respeito.

- Talvez eles tenham decidido ir embora. Ou talvez estejam dando uma volta em Portland. A pergunta é: por que sairiam sem dizer nada?

Antes que ela possa responder, Marly aparece ao seu lado. Ela respira fundo e me encara, provavelmente tendo escutado minhas últimas palavras.

- O carro do Jason foi encontrado na estrada para Portland.

- Então eles...? - A mulher loira estremece.

Fecho os olhos, esperando o pior.

- Estão vivos. O carro estava vazio e com a porta do motorista aberta. A pessoa que deixou o carro lá estava sozinha.

As mulheres me deixam e descem as escadas.

Então, mores, sentiram falta do Gagliardo?Eu senti rsrsDeem um votinho pra ele e um comentário bem bonito

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Então, mores, sentiram falta do Gagliardo?
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Deem um votinho pra ele e um comentário bem bonito.
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Xoxo

CORAB 1Where stories live. Discover now