CAPÍTULO 26 - POV VAL

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Azar no amor (em tudo, na verdade)

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Azar no amor (em tudo, na verdade)

O dia amanhece diferente. Não sinto os raios solares tocarem minha pele como no meu quarto da casa em Evelyn City. Têm sido assim durante todo o fim de semana, desde que encontrei esse lugar.

Depois do atentado à prefeita no encerramento da festa, ouvi um homem falar que ela aceitaria a proposta devido à tentativa de assassinato em público.

Eu não fazia ideia de que proposta era, mas isso despertou minha curiosidade, então observei o homem indo até o palanque para ajudar os seguranças à tirar a vítima dali. Gravei o seu rosto e, quando me despedi dos meus amigos, procurei-o e o segui para fora da cidade.

Como ele estava de moto, roubei uma bicicleta largada na praça e fui atrás dele tão rápido quanto consegui, mantendo distância suficiente para não ser vista.

Pegamos uma trilha não vigiada e chegamos na região fronteiriça desabitada entre as duas cidades.

Foi quando vi o prédio baixo cercado por arame farpado. O homem passou pelo portão depois de levantar o visor do capacete e sumiu.

Fiquei agachada atrás de uma moita até a Hora Negra, quando o sol se pôs definitivamente, pensando numa maneira de entrar e descobrir o que realmente aconteceu na praça.

Quando a planície sutilmente desértica escureceu por inteiro, observei o movimento dos guardas, que andavam de um lado ao outro sob as luzes artificiais do prédio. Eles davam voltas incompletas, deixando uma área mal iluminada desprotegida por alguns minutos.

Calculei quanto tempo gastaria para me aproximar e esperei o momento certo, me esgueirando até as grades quando um guarda passou perto do local que escolhi. Chegando ao ponto vulnerável, usei as mãos para escavar abaixo da cerca e fazer um túnel. Meus dedos ficaram esfolados devido ao atrito com a terra arenosa, mas consegui me arrastar pelo espaço apertado e chegar ao outro lado com a roupa quase intacta. Exceto pelo corte nas minhas costas - talvez eu devesse ter cavado mais.

Continuei observando a movimentação, esperando que ninguém notasse minha presença. Atenta e com a respiração presa na garganta, colei as costas numa parede e caminhei devagar para o lado sul. Eu achei que não haveria vigilância alguma ali, que tudo estaria um completo breu, mas me enganei. No instante em que dobrei a esquina para rodear o prédio cinzento, todas as luzes externas se acenderam, revelando um esquadrão de guardas assustadores apontando suas armas para mim.

Sentindo que aquele era o meu fim, fechei os olhos e pedi proteção aos deuses, que me levassem para um lugar bonito, quem sabe as paisagens naturais da Ilha Esmeralda.

Para minha surpresa, alguém disse um palavrão em outra língua.

- Uma garota?

Abri os olhos.

CORAB 1Where stories live. Discover now