02. unwanted person

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"Quando eu te conheci naquele quarto de hotel
Eu pude perceber que você era uma má notícia."

— HOTEL, MONTELL FISH

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SCARLET PETROV
seis anos depois

São Petersburgo - Rússia
21h06 pm.

— Não pisem na bola. Essa é a única chance de pegarmos esse merda — ajeitei a escuta em minha orelha quando Sr. Velentin nos falava pela vigésima vez que precisávamos pegar o cara de uma vez por todas.

Eu e meu parceiro, Cole, ignorou totalmente aquilo. Estávamos concentrados demais para escutar a mesma frase mais uma vez.

Quando os caras que estavam em uma van saíram da porta do local, que era um hotel de alto luxo, localizado em um dos bairros mais chiques e conhecidos do país, eu e Cole caminhamos em passos rápidos e largos para dentro do mesmo, antes que chegassem pessoas do lado de Sergey. Suspeito de assassinato e acusado de tráfico de drogas, vendendo as mesmas, para menores de idade.

Passamos o dia inteiro observando a movimentação daqui, e percebemos que a van onde tinha mais ou menos cinco caras, trocavam a cada duas horas com a demora de quinze minutos para voltarem ao lugar novamente.

Sergey aparentemente havia chego no local as sete da noite, onde talvez dentro do hotel de luxo não estava tão cheio assim. E a segurança dele aumentou ainda mais.

Olhei para Cole e fiz um aceno com a cabeça, e ele entendeu que éramos para avançar até a frente do hotel. Porém nos escondemos atrás da caçamba de lixo que tinha naquele beco escuro qual observávamos a hora certa de entrar, quando vimos dois homens olhando em volta antes de entrar.

Me agachei atrás da caçamba de lixo grande e fedorenta que tinha no beco, colocando a mão no coldre que estava em minha cintura, preso no cinto, conferindo se minha pistola estava ali, pois a qualquer momento, eu poderia usá-la.

Olhei por cima da caçamba e comecei a andar até lá novamente, mas Cole segurou em meu colete.

— Petrov, a gente tem dez minutos antes de voltarem — olhei para ele por cima do ombro, afirmando com a cabeça.

— Chama reforços. Qualquer sinal estranho você me dá um toque — disse, e ele afirmou, saindo de trás da caçamba e se encostando na parede de tijolos do beco. — Cuidado — alertei e não recebi nenhuma resposta além de um olhar como se dissesse "eu sei me cuidar".

Atravessei a pequena rua que tinha entre o beco e o hotel e tirei meu distintivo de investigador profissional, que estava dentro do bolso da minha calça, mostrando o mesmo para a moça da recepção, que arregalou os olhos no mesmo instante.

— Preciso da ficha de todos os hóspedes que deram entrada a partir das seis da tarde — fui direta, e ela afirmou com a cabeça logo digitando rapidamente no teclado branco do computador.

Coloquei a mão sobre o balcão chique de mármore e olhei para fora, receosa dos seguranças de Sergey chegarem antes que eu possa estar longe de alcance.

— Cinco minutos — Cole disse para mim. — Por que ela tá enrolando tanto? — Perguntou, mas eu não respondi. — Scarlet...

BORN IN BLOODWhere stories live. Discover now