12. like a phoenix, she rose from the ashes

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"E eu ficarei acordada a noite toda
E, pra deixar claro, não fecharei meus olhos
E eu sei que posso sobreviver
Vou andar em meio ao fogo para salvar minha vida
E eu quero isso, quero muito a minha vida
Estou fazendo tudo que posso
E então mais um vai ao chão
É difícil perder quem eu escolhi
Você não me destruiu
Ainda estou lutando por paz."

— ELASTIC HEART, SIA

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ATENÇÃO

esse capítulo contém tópicos extremamente sensíveis do começo ao fim. peço que, por gentileza, se não se sentir bem com algum dos tópicos citados abaixo, não prossiga com a leitura.

TW : tortura física e psicológica totalmente explícita, assédio sexual e homicídio explícito.

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KYARA CACCINI
seis anos atrás

Uma vez, meu pai havia me dito que não perdemos uma pessoa quando ela se afasta de nós ou até mesmo sai de nossas vidas de uma vez por todas e, sim, quando as únicas lembranças que nos resta vão se apagando aos poucos como uma chama dentro de nossos interiores.

E eu senti que essa chama de lembranças estavam se apagando quando percebi que poderia morrer debaixo daquela madeira que era escondida por terra.

A imagem dos meus pais que eu fazia o máximo para que eu pudesse lembrar, estava sumindo. Aos poucos. Juntamente a fênix que tinha em meu corpo, que esfriava dia após dia.

Não podia deixá-la morrer. Não queria deixá-la morrer.

Mas a única esperança que eu tinha de conseguir fugir desse verdadeiro inferno, foi embora quando Enrico mandou me enterrar viva depois de executar minha amiga bem em minha frente.

5 MESES ANTES

1º mês

Minhas pálpebras se abriram lentamente, e meu coração disparou dentro do peito no momento em que tentei me mover. Meus ossos doíam tanto que pareciam estarem sensíveis com cada movimento simples que fazia. O som de corrente pesada sendo arrastada no chão fez com que eu quase chorasse de desespero ao perceber que o metal pesado e gelado estava rodeado em meus tornozelos, juntamente com minhas mãos presas bem acima da minha cabeça. Fitei com mais atenção na parte oposta do meu cotovelo, reparando furos de agulha e pequenos curativos.

Ao menos, eu permanecia de roupa. Mesmo que estejam sujas de algo que não consegui identificar, eu estava vestida.

Olhei para os lados, e não encontrei nada além de uma escuridão medonha que parecia me engolir a cada segundo.

Fiquei atenta quando a primeira coisa que meus ouvidos foram capazes de ouvir depois de tudo foi o barulho de um trem passando sobre o local que eu estava, causando uma tremedeira exorbitante mas paredes de concreto.

Eu estava presa no subsolo. E a inexistência de luz solar, ou janelas por mais escuras que fossem, não captaram minha atenção.

— Anna...? — Chamei quase sem fôlego, sentindo meu peito queimar.

BORN IN BLOODWhere stories live. Discover now