13. it's not your fault

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| não revisado. me perdem por qualquer erro |

"Os muros do meu castelo estão destruídos, vivo cercado por múltiplas sombras e o vento sopra gélido pelas ameias e janelas quebradas. Gosto da penumbra, gosto da atmosfera sombria e desejo, sempre que possível, ficar a sós com meus pensamentos."

— DRÁCULA, BRAM STOKER

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HUNT HAWKE

Já era a quarta vez que eu dobrava a mesma camiseta.

O estresse que ousava se instalar em meu corpo estava prestes a me consumir ao perceber que minha mala não estava nada organizada.

— Cacete — bufei, me afastando das peças separadas por cor e seção pousadas no meu colchão, ao lado do objeto que guardaria todas elas por pelo menos, três dias.

Eu sonhava todas as noites com a notícia que deixaria minha vida alegre pela primeira vez em anos; Ivan dizendo que eu não precisaria passar mais de cinco dias no mesmo quarto que Scarlet.

Iria fazer quase um mês e meio que eu estava sendo obrigado a dividir o apartamento com aquela endemoniada.

Ela me atormentava. Rondava meus pensamentos ao ponto de fazer o impossível; incendiar a penumbra dentro de mim. Minha alma aterrorizada por coisas terríveis parecia alimentada quando essa maldita me encontrava mesmo que fosse da pior forma possível.

Era como se eu estivesse eufórico por algo que nunca aconteceria, ansioso por aquilo que nunca vivenciei.

Louco. Era louco. Era agonizante e torturante. Era um perturbado bom.

A forma familiar que ela me assombrava, era o alerta que eu precisava manter uma distância extrema entre nós dois, ou então, o estrago seria bem pior do que apenas tentar enganá-la e não dar certo.

Tentando não levar meus pensamentos para a demônia ruiva mais uma vez naquele dia, fitei meu closet, pensando se seria necessário levar algo a mais além do que precisava. Foi então que o alto som do toque do meu celular atravessou minha porta entreaberta, percebendo que havia o deixando acima do balcão de mármore da cozinha.

Antes de caminhar em direção ao som, apanhei meu casaco esticado na ponta da cama, cobrindo meu corpo rapidamente enquanto saia do cômodo grande. No momento em que pus os pés no piso mais gélido que minha pele ao ponto que eu sentisse o frio percorrer pelo meu corpo, minha atenção fora totalmente roubada pela reportagem ao vivo que passava na TV.

Li e reli aquelas palavras que perfuraram minhas íris, ficando imóvel diante das imagens transmitidas para que todos os habitantes da Rússia vissem.

A filha de Oskar Fishman, o rapaz morto no Timeless, estava com seu rosto estampado nos jornais como desaparecido. Ao mostrar o local que a mesma aparentemente sumiu, deixaram passar a víbora entrelaçadas naquelas duas únicas iniciais que pensei terem desaparecido no meio do crime mas, pelo visto, estavam de volta e mais fortes do que nunca.

Minha cabeça pareceu rodar em trezentos e sessenta graus ao mesmo tempo que a dor no meu peito tomou conta de mim como anos atrás. A respiração começando a se tornar trêmula juntamente ao cômodo se ficando muito pequeno para o tamanho do meu passado voltando como um tsunami prestes a levar as estruturas que demorei tanto tempo para construir.

BORN IN BLOODWhere stories live. Discover now