BORN IN BLOOD

16. agreement by obligation

"Sinta a fúria chegando
As resistências estão se esgotando
Nenhum lugar para correr de todo esse estrago
Nenhum lugar para se esconder de toda essa loucura."

— MADNESS, RUELLE

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SCARLET PETROV

Eu não conseguia chegar à conclusão do que era pior depois de tudo o que eu ouvi enquanto estava sentada esperando Hyejin terminar de me ajudar com meus curativos.

Mesmo com a sensação de estar com a cabeça flutuando, meus olhos prestavam atenção na TV grande que mostrava o estrago no presídio e meus ouvidos atentos em tudo o que nosso chefe dizia para nós. Era como se estivéssemos sendo bombardeados com cada informação que saía de seus lábios.

A última coisa que eu cogitei escutar depois que saímos às pressas com Ludvik do presídio, era nosso chefe dizendo que o imperador do Japão estava ameaçando de levar a público o que escondíamos sobre a droga se não recrutássemos um de seus soldados de confiança para ficar por dentro da investigação.

E a única coisa que tínhamos em mente era que o motivo dele estar fazendo isto era pelo simples fato de que gente inocente e uma pessoa importante morreu naquela noite do cruzeiro.

Quem era tão importante para sua hierarquia? Alguém da economia do país. Cujo aquele que eu tinha certeza que estava no Silver Whisper fazendo algo tão corrupto quanto trair seus próprios aliados. Iriam cair em cima daquele que era o símbolo do Estado e de seu povo se não falasse o porquê seu companheiro de mentiras teve o azar de estar no cruzeiro e, para amenizar sua a situação, colocou nossas cabeças em jogo.

Um aperto forte em meu antebraço machucado fez com que eu voltasse a racionar a situação atual. Hyejin permanecia sentada em minha frente. A marca em minha pele não estava com um aspecto bonito, mas como disse a garota, os medicamentos ajudariam a desinflamar.

— Nem fodendo.

Mudei a direção dos meus olhos assim que meu parceiro negou imediatamente.

Um acordo por obrigação ou o mundo estaria condenado. Por nossa culpa. Minha e de Hawke.

— Não podemos, Ivan. Não podemos de forma alguma — Hawke protestou novamente, puxando seus fios negros para trás bruscamente. — Todos nós sabemos como ninguém o quanto estaremos indo contra as nossas regras se colocarmos alguém de fora, na Narcóticos. Você sabe como ninguém — enfatizou.

Juntei as sobrancelhas com sua fala. Mas isto passou, visto que estávamos todos aflitos com o que fora jogado em nossas costas. Com o que tínhamos causado em outro país. Com o que iríamos causar se não conseguíssemos uma solução.

— Ele ameaçou recorrer à Anvisa? — Desta vez, Liz fora quem perguntou. Ivan negou lentamente. Estava tão aflito quanto nós. A garota colocou as mãos na cintura, suspirando pesadamente. — Então podemos pensar em uma solução.

— Não tem outra solução além de aceitar sua proposta, agente Pérez — lamentou. Estávamos encurralados.

Se este caso saísse daqui, o mundo inteiro entraria em alerta para possíveis conflitos que isto causaria. Se a parte oculta da Rússia saísse de seu habitat, coisas inegociáveis aconteceriam.

— Vão fazer de tudo para obterem a fórmula da substância e um possível combate para a mesma por dinheiro e poder. E por mais que possa ajudar a economia de alguns países, isto não pode acontecer.