07. welcome to hell

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"Brincar com fogo
É um jogo perigoso"

— DANGEROUS GAME, KLERY

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SCARLET PETROV

             Acordei mais cedo que o normal apenas para conseguir chegar no horário certo em meu trabalho. Mal havia tomado café.

O vento gelado atingiu meu rosto com tanta força que foi necessário meus braços agarrarem meu corpo assim que senti os pelos da minha nuca se arrepiarem por conta do frio.

Olhei para os lados, percebendo que não havia ninguém na rua. No mesmo instante, o receio de continuar meu caminho cresceu um pouco no meu interior,já que não passava das sete e meia e com certeza eu acabaria cruzando com poucas pessoas enquanto ia para meu destino.

E eu tive a confirmação da cogitação de que poderia acontecer algo comigo quando um Jeep Compasso com a lataria preta e totalmente com insulfilm começou a desacelerar o automóvel. No mesmo instante levei minha mão até a arma que estava presa no coldre escondido por baixo da minha calça em minha cintura, preparada para caso quem fosse tentasse alguma coisa, eu não pensasse duas vezes antes de devolver a maldade que seria feita.

— Está perdida?

E de uma forma estranha, meu corpo tenso relaxou ao ouvir a voz rouca de Hunt.

Joguei as mãos ao lado do corpo antes de escondê-las no bolso de minha jaqueta, virando para ele, que estava maldosamente bonito. Os cabelos escuros como penas de corvo que estavam despenteados de uma maneira elegante, caiam em sua testa e era de se perceber algumas ondas. As pernas estavam abertas de um jeito desleixado, uma mão firme no volante, que logo levou até sua perna, e a outra, descansada no encosto do banco do passageiro.

Esse filho da puta era bonito. E ele sabia disso.

— Saiu bem cedo.

Franzi as sobrancelhas, suspirando fundo.

— Fiz isso para chegar no horário — meu tom foi totalmente irônico. — Aliás, eu irei me atrasar se continuar falando com você.

Ignorando totalmente o fato que ele me procurou apenas para dizer que eu havia saído cedo, continuei caminhando, percebendo que Hunt ainda permanecia me seguindo com o automóvel.

Mais uma vez, ignorei. Ou tentei.

— Ivan falou na minha orelha para um caralho depois, então por que você não facilita as coisas e entra no carro?

— Prefiro ir andando até lá do que entrar no seu carro.

Não havia esquecido o que tinha me dito ontem. Aquelas palavras me deixaram chateada de verdade depois.

Será que ele sofre de perda de memória? Pois não é possível seu comportamento normal.

— Vai chegar atrasada saindo cedo ou não, minha filha — seu tom era totalmente sarcástico. — Acredite, eu também não quero ter que te dar uma carona, mas se eu chegar lá sem você, Ivan come meu cu — parei, olhando para ele da forma mais curiosa possível. — É brincadeira.

BORN IN BLOODWhere stories live. Discover now