05. desire for revenge

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perdão interromper a leitura de vocês, mas queria gentilmente pedir para que votem nos capítulos. sei que tem bastante gente que lê e esquece, e a estrelinha é a forma que eu sei que vocês estão gostando do desenrolar do livro, então por favor, não se esqueçam ao menos de votar.

beijos, boa leitura <3

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KYARA CACCINI
seis anos atrás

Minha roupa do colégio estava repleta do sangue de meu pai, e eu não sabia o que fazer ou pensar enquanto olhava para a porta branca à minha frente.

Perdi as contas de quantas vezes chorei em menos de uma hora. Meu coração doía como nunca. Estava me sentindo zonza, enjoada e minhas pernas mais fracas que o normal. Fui obrigada a sentar-me no chão gelado daquele corredor vazio, apenas esperando quando o homem todo de branco sairia dizendo o que eu já sabia: Ele está morto.

Ele morreu.

Você nunca mais o verá.

Nunca mais o teria aqui.

Agora, só resta as memórias e a dor repentina da perda.

O que eu faria sem ele aqui?

E então eu me levantei, ainda tonta e angustiada, olhando um homem vestido da cabeça aos pés de roupa branca caminhar em minha direção, e meu estômago se embrulhou por completo, pois eu já sabia o que viria a seguir.

— Você está sozinha, mocinha? — Seu tom era calmo, mas pude escutar o som inaudível que fez com a garganta quando balancei minha cabeça em confirmação. — Filha de Mattia Caccini?

— Sim, doutor — atropelei as palavras, gaguejando por conta das lágrimas que ainda caiam pelo meu rosto inteiro.

— Já sabe o que eu vou dizer, não sabe? — E com um pesar imenso, eu afirmei novamente com a cabeça. — Foi fatal. Ele morreu no mesmo instante.

Eu queria gritar. Gritar de agonia, de tristeza, de remorso. Não sentia um pingo de vontade de continuar vivendo ao saber que não teria ele aqui.

Minhas pernas perderam as forças novamente, e foi necessário que o médico fechasse sua mão em meu braço para que meu corpo não se chocasse com o chão.

Estava sentindo a mesma dor que perder minha mãe, mas muito pior.

Sem conseguir enxergar nada por conta das lágrimas descontroladas que se acumulavam em meus olhos e molhavam minhas bochechas quentes, senti mais mãos me tocando e o lugar ficar menor, fazendo-me começar a respirar com dificuldades.

Meu estômago doía, e a última coisa que escutei foi minha voz sair repleta de dor em uma súplica de ajuda antes de desmaiar.

(...)

Não fazia ideia do que haviam me dado para que eu me acalmasse, mas a dor e a sensação que minha cabeça estava pesada deixou claro que a medição foi forte.

Abri as pálpebras mas as fechei rapidamente quando a claridade que vinha do teto atingiu minhas orbes, e foi necessário que eu encolhesse os olhos ao fitar a luz forte e extremamente branca do quarto.

BORN IN BLOODWhere stories live. Discover now