Gol no seu coração (2son fanfic)

Capítulo 35

- Porra, como assim? Vai tomar no olho do teu cu, fifa.

Son gargalha, mesmo sem entender por inteiro tudo o que Richarlison disse, tinha certa ideia pela enunciação exacerbada que estava xingando.

- Eu sou melhor que você até no jogo de videogame. A arte imita a vida. - Son se divertia com a expressão de indignação de Charli, que insistiu que pudessem jogar mais uma partida.

A tarde passou agradavelmente. Eles se preparavam para mais um jogo dentre os próximos dias, Richarlison estava - atipicamente - relaxado desde que eles acordaram nessa relação mais afetiva. Tudo parecia muito calmo. Son não queria duvidar dessa tranquilidade, que mais parecia uma zona de adormecimento entre os antigos e os futuros acontecimentos. Optou por colocar em último de suas preocupações esta sensação de que algo - indefinido - iria acontecer em breve. Pensando pelo lado positivo, deveria ser a primeira vez desde a noite retrasada que Richarlison agia normalmente estando com Son.

Ele não tinha do que reclamar.

- Não vou jogar de novo. Cansei de vencer de você. - Largando o controle, se joga no sofá de Richarlison. O rapaz vira-se para ele, indignação estampada em todo o seu rosto.

- Só mais uma vez? - O mais novo não gostava de perder, o que era uma boa qualidade para alguém que seguia a carreira de jogador profissional, no entanto dosar seria interessante. Richarlison era muito intenso em tudo. Son sentia que o rapaz seria 8 ou 80, sem meio termo a vista. Richi não conhecia o meio do caminho. Ou ele desistia de início, ou fazia questão de ir até o fim.

- Nem pensar. Você não cansa de perder para mim? - Os olhos de Son descem fáceis para os lábios de Richarlison, que, sem respondê-lo, inclina-se o suficiente para poder juntar as bocas.

O beijo foi rápido, um selar dos lábios. E foi o suficiente para pegar Son desprevenido. O rapaz o encara inexpressivo, segundos se passam até Richarlison depositar o seu controle na mesa de centro em frente ao sofá e tornar-se para a direção de Son. Não havia palavras, seja no inglês, no coreano ou no português, que pudessem traduzir o que o atacante mais velho sentia naquele momento.

Richarlison inclina-se mais uma vez, fazendo com que sua boca pudesse encontrar o caminho para a de Son. Agora, o beijo é lento, movendo-se preguiçosamente um contra o outro. A mão de Richi toca veemente o rosto de Son.

Ele estava esperando desde a manhã do dia anterior para poder ficar a sós com Richi; quis respeitar o espaço dele, afinal, foi um pedido e Son não iria forçá-lo a nada. No entanto, foi pego desprevenido quando Richarlison foi até ele durante o treinamento apenas para implicar. O bom humor era bem-vindo e Son se sentiu aliviado. Foram tantas emoções dentro de poucos dias que o jogador estava à flor da pele com tudo, principalmente com Charli.

Era bom saber que não precisava pisar em ovos para estar com o outro atacante. Mesmo que uma fina linha de incerteza ainda se sustentasse nos seus pensamentos. Também se questionava se Richarlison entendia - verdadeiramente - o que respondeu por mensagem.

- Joga mais uma vez comigo? - Richarlison diz assim que se afasta; a mão apoiada na lateral do rosto de Son continua lá, mexendo-se vagamente, em uma carícia despercebida.

- Isso foi uma tentativa de convencimento?

- Não. - Resume, dando-lhe mais um selar. - Mas adiantou?

- Não. - Son puxa-o de novo e o beija mais profundamente. Ele não tinha vergonha de assumir que estava clamando pelos toques de Richarlison.

Son esperava - do fundo de seu coração já rendido - que Charli estivesse atento ao que ele firmou com Son. Porque o mais velho iria se deixar levar pelo o que eles estavam tendo e acordaram. Sem mais ressalvar, sem refrear-se todo o tempo, sem negar a si mesmo o que ambos, o seu coração e corpo, desejam do rapaz.