Capítulo 41

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Ao chegar na casa de Richarlison, Son encontra-o distraído no celular. Enquanto o rapaz não notava a presença dele, o mais velho tira o seu tempo para repará-lo. Esquadrinhando a forma como ele estava reclinado, apoiando um de seu braços na coxa, enquanto mexia no celular com a outra; como os shorts pretos caíam-lhe bem e davam ampla visão da coxa tatuada; como a blusa branca e larga entrava em contraste não somente com a peça debaixo mas também com a tonalidade do cabelo, que começava a migrar para a cor natural.

Havia algo de muito doméstico no jeito que o rapaz estava relaxado e entretido.

- Hey, trouxe um lanche para você. - Richarlison vira-se para ele, os olhos grandes descendo por toda a sua vestimenta antes de retornarem para a tela do celular.

Valeu. - Murmura.

- Como foi o seu dia? - Son deixa a sacola em cima da mesa de centro e senta-se ao lado de Richarlison.

- Nos vimos mais cedo. Não aconteceu nada depois.

Suspirando, Son revira os olhos para o comportamento bronco.

- Você está chateado com alguma coisa? - Esticando a mão, Son toca a barra do short preto, seus dedos vagam brandos para a pele lida do rapaz.

- Não.

Son não cria motivos para entender o humor de Richarlison, o seu próprio estava variando. Teve de lidar, repentinamente, com a ligação de seu pai horas atrás. Foi uma conversa estranha e desconfortável. Usualmente, Son compreende que o motivo do mais velho entrar em contato era para checá-lo de modo mais pessoal, entretanto, a ligação de hoje soou quase como se Son Woong-jung estivesse sondando-o. Son não gostou, nem um pouco, daquela troca. A única razão dele não gastar seu tempo pensando sobre isso estava repousando sobre a abordagem de seu pai. O homem, quando queria dizer algo, geralmente, não enrolava ou criava obstáculos. Era direto em suas enunciações.

Mas Son conhecia o seu pai e, ainda assim, não sentia firmeza sobre o objetivo daquela ligação.

- Ok. - Entendendo que Richarlison não queria prolongar uma conversa fiada, Son joga a sua cabeça contra o sofá e fecha os olhos. - Sabe, a sua tatuagem da coxa é muito feia e já que estamos no assunto partes do corpo humano, você tinha me dito que queria morder as minhas.

Lembrar da expressão no rosto de Charli quando o explicou o que desejava expulsou todo o seu cansaço. Era inacreditável que o rapaz estivesse expondo-se de tal maneira. Son não estava reclamando!

Pela demora de uma resposta debochada ou um estalar de língua, Son abre os olhos para checá-lo e encontra os dele focados nele. Os dois trocam uma longa e energética disputa de olhares. Son não fazia ideia do que se passava pela cabeça de Richarlison. Recentemente, o mais novo agia tão dessemelhante ao que estava acostumado que sua cabeça demorava a tentar ajustar esse novo modo de se expressar dele. Son o vê engolir saliva, o pomo de adão movendo-se com a ação.

Son gostava dos dias em que eles apenas jogavam e assistiam séries. Por mais simplório que fosse, fomentava-se de alguma forma emocionante. Ele queria viver no presente, aquele presente, para sempre.

Quando pensa em perguntar se Richarlison queria terminar a série que começaram, o rapaz se levanta subitamente e, deixando o celular no sofá, abaixa-se o suficiente para pegar a mão do mais velho. Sem pronunciar uma palavra sequer, arrasta Son consigo.

- Da última vez que você ficou misterioso desse jeito paramos em um terraço. O que é agora?

Richarlison não respondeu, mas o seu aperto no pulso de Son foi notório. Curtos segundos depois, eles estavam no quarto de Richi, que ainda de acordo com o silêncio, pouco reage à pergunta recente. Son estava prestes a provocá-lo mais uma vez, contudo Richarlison o empurra indelicadamente sobre a cama.

Gol no seu coração (2son fanfic)Kde žijí příběhy. Začni objevovat