Gol no seu coração (2son fanfic)

Capítulo 36

O jogo não estava indo bem. Son apoia as mãos na cintura enquanto o árbitro verificava uma falta. O desempenho do time estava baixo e Son não conseguia receber a bola perto da área do gol de forma alguma! Pior do que perder a partida era ter que ouvir o seu pai - que chegou no dia anterior - agir como se fosse o treinador da equipe e repassar todo o jogo no almoço que teriam dali algumas horas. 

Do outro lado, na área dos reservas, vê Richarlison se alongando. O rapaz olhava determinado para o campo. O segundo tempo mal havia começado e eles já tinham recebido mais um gol contra. Após a decisão do árbitro que resultou em escanteio para o time rival, Son volta a sua atenção para Richi, que - enquanto se alongava - passa por seu amigo de nacionalidade que jogava pela outra equipe; Martinelli estica a mão, no entanto Richarlison - que claramente viu a proposta de toque - ignorou. A ação causou um tumulto na arquibancada mais próxima, que deixou evidente que viu a situação.

Son não tem tempo para pensar sobre o que aconteceu, visto que a bola volta a rolar. Mesmo com a presença de Richarlison em campo, o Tottenham não estava em seu melhor. Momentos depois, de relance, Son viu quando um dos jogadores do outro time, Jon, posterior ao gol que marcou ao conseguir tirar a bola de Son, fez uma dança diante dos torcedores do Spur. Ele era um babaca presunçoso, isso era certo. Passando-se alguns minutos de jogo, Richarlison arrumou briga com o goleiro do outro time. Son franza a testa, no aguardo do árbitro dar um cartão para o rapaz, o que - inusitadamente - não aconteceu. Son não sabia ao certo porque Richi entrou em conflito com o goleiro, contudo sabia que tinha motivações puramente técnicas.

Assim que o apito final soou, Son suspirou aliviado. Aquele jogo foi uma merda! Roubando a sua atenção, os gritos usuais das torcidas se tornaram mais animados, uivos em massa invadiam os arredores do estádio. Ao se virar, Son encontra Richarlison - mais uma vez - confrontando, agora, o jogador presunçoso do último gol. O rapaz o empurra, a face emburrada mostrando o quão longe de contente ele estava naquele momento. Son não se move, apenas observa os outros jogadores irem segurar o brasileiro que não parecia disposto a desistir de empurrar o oponente. Enquanto Richarlison perdia o controle da situação, o jogador do time rival, Jon, dava passos para trás, a face inexpressiva, quase como se não se importasse - ou não quisesse - ter algo haver com o que estava acontecendo.

Em seguida, os rituais de fim de jogo drenam o tempo deles, impossibilitando de conversarem. Ao entrar no vestiário, Son ouviu certos comentários gerais, nada prolongado. O time parecia cansado e reconheceu a perda. Richarlison manteve a cara fechada. O atacante mais velho viu que Emerson trocava algumas palavras com o rapaz, que se restringiu a acenar. Dentro de alguns minutos, eles tinham que dar as suas entrevistas pós-partida, para Son, além disso, teria que ir encontrar com o seu pai.

Mesmo que sem tempo para isso, Son não conseguiria sair daquela sala sem antes falar com o rapaz, por isso, caminha até Richarlison e toca o ombro dele.

- Relaxa, ok? O jogo acabou. - Son permite que sua mão fique alguns segundos a mais no ombro desnudo do rapaz antes de retirá-la por definitivo.

- Ok. - Sorrindo, lembra-se da última vez em que Richarlison disse aquelas duas sílabas para ele.

Sem tempo para perguntar mais sobre os motivos dos três desentendimentos que ele conseguiu arrumar em campo em um único tempo, Son parte para a área reservada para as entrevistas.

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- Aquele garoto, o Richarlison, perdeu a cabeça hoje. Muito esquentado. - Son engole desconfortavelmente a comida em seu prato. Eles já haviam passado pelas perguntas- tópicos base: como você está?, anda treinando bem?, a alimentação? Depois, como era o esperado, foram para a análise do desempenho de Son na partida. Agora chegou as críticas gerais a todos que precisavam de sua observação pessoal.