Gol no seu coração (2son fanfic)

Capítulo 37

O treino correu bem. Richarlison descansava no gramado, contente que finalmente o sol resolveu enfrentar o frio para sustentar o céu. Son senta-se na sua frente, o suor mostrando resistência ao insistente ar gélido. A cada dia, Richarlison descobria algo a mais que gostava em Son ou fazer com Son. Recentemente, notou que dormir com ele era muito bom. Embora Son reclamasse toda vez - porque preferia dormir sozinho e bla bla bla - Richarlison apreciava as noites que podia ter o corpo de Son contra o seu, sentir o cheiro do cabelo dele conforme o sono ia os embalando. No dia a dia, o rapaz não era tão afetuoso quanto Son, mas, à noite, os papéis se invertiam. Involuntariamente,  havia uma inclinação para Son que ele não conseguia combater. 

- O que vai fazer mais tarde? - Richarlison desce os olhos diretamente para as coxas de Son. Embora estivesse frio, não era um dos piores, o que os permitiam treinar com menos roupas. Son vestia um short preto que, naquele momento, havia subido com o movimento que o mais velho fez.

- Tenho uma entrevista, depois disso devo estar livre. Por que? - Son responde, ocupado ajeitando a sua chuteira, enquanto isso, Richarlison imagina como seria morder as coxas dele; certamente já havia tocado nelas. Talvez precisasse tocá-las mais. - Charli?

- Oi? - O rapaz encontra os olhos curiosos de Son em si. - Ah, é...estava pensando se você não quer sair. Comigo. Mais tarde. Depois da sua entrevista.

- Quantas palavras você disse agora. Estou orgulhoso. - Richarlison estala a língua em resposta. Viciosos, os seus olhos voltam para as pernas de Son, que continuava naquela maldita posição em frente a ele. - O que tem de interessante aqui embaixo?

Son olha para as suas pernas antes de voltar a sua atenção para o rapaz.

- Nada. É que... a sua... - Richarlison esqueceu a tradução de 'coxa' para o inglês. Por isso, o rapaz aponta para a de Son e depois segura a sua própria. Em seguida, Son, com um sorriso de jocosidade, traduz o termo e ele consegue repetir. - Isso! A sua coxa...

- O que tem ela? - Son parecia cansado, deveras já que o treino foi mais puxado do que o usual. Richarlison se sentia meio seduzido pelas coxas de Son. A pele - como ele já bem decorou - era macia ao toque e, como o normal para um jogador de futebol profissional, os músculos eram resistentes.

- Eu queria poder morder. - A última palavra de sua frase volta a ser em português. pois, mais uma vez, esquece a tradução. Sentindo-se hipnotizado e a fim de quebrar o estranho transe, se levanta.

- O que isso significa? Beijar? Tocar? - Son olha para cima, um sorriso lateral moldando os lábios que Richarlison ainda não beijou naquele dia. - Bater?

- Não. - O rapaz olha em volta do campo, checando se todos pareciam tomar conta de suas vidas.

- Você pode repetir. - Son, que já estava de pé ao seu, pede e Richarlison repete a palavra sem coragem suficiente para olhá-lo. - Vou perguntar a Lucas ou Emerson.

Richarlison segura o pulso de Son, o impedindo de prosseguir com os passos.

- Eu não sei em inglês. - Não querendo que Emerson tirasse conclusões e o enchesse por causa de uma palavra, Richarlison levanta a mão e a morde. - Isso que eu disse.

Son franze a testa, acenando a cabeça lentamente.

- Você quer morder as minhas coxas? - Son parecia surpreso, quase como se fosse algo inusitado.

- Não. - Richarlison ri, dispensando a ideia que ele mesmo acabou de revelar. Contudo, mentir nunca era uma boa saída. Ele e Son já fizeram coisas questionáveis só por terem - literalmente - colado os paus juntos várias outras vezes. Isso era mais estranho do que morder a coxa de alguém, certo? - Sim.